quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A cor da fúria


As ideias pre-concebidas são arraigadas de associações, em geral elas são negativas. Muitas dessas associações estão vinculadas a cultura, a etnia, as aparências, os hábitos, a origem, as crenças, as preferências, dentre outros valores e conceitos diferentes dos nossos.  Muitas de nossas escolhas baseiam-se em estereótipos. Eles nos auxiliam a formamos a primeira impressão diante de situações na qual nos deparamos. Nossa mente adota várias estratégias para categorizar e simplificar as diferenças e semelhanças. Por exemplo, ao deparamos com um branco de cabeça raspada trajando roupas de aspecto militar remetemos ao grupo dos skinheads. Um outro exemplo, ao deparamos uma mulher brasileira com um gringo remetemos a prostituição ou turismo sexual. Essa capacidade de simplificar a realidade é que nos permite organizar o mundo ao nosso redor e identificarmos socialmente as pessoas. 


Embora, alguns desses julgamentos não correspondam necessariamente a realidade.  O ser humano por temer o desconhecido e o diferente adota mecanismo de defesa. A violência contra outros credos, estrangeiros, pobres, mulheres, homossexuais, índios e negros, por exemplo, estão tão enraizadas em nossa mente que associamos ao preconceito. Atribuir atitudes preconceituosas ou de intolerância devido aos estereótipos não é mais aceitável. 

Nos últimos anos negros e pardos têm se assumido mais. Segundo dados, do censo 2010 a soma de negros, pardos, indígenas e amarelos supera a população branca no Brasil. Houve uma redução de brancos nos últimos dez anos. Segundo o IBGE, brancos têm mais escolaridade que pretos e pardos. No entanto, essa informação parece ser contraditória com as pessoas que se autodeclaravam brancas há 10 anos. Associar a cor e o nível de escolaridade não fornece uma visão segura das divergências entre determinados segmentos da sociedade. Não foi o preconceito racial que impediu que milhões de brasileiros não tivessem acesso à escola. As crianças abandonavam as escolas para exercer atividades que complementassem a renda familiar. Inclusive muitas famílias de baixa renda incentivam seus filhos a trabalhar desde cedo, pois para eles as crianças que trabalham estão salvas dos vícios e marginalidade e ainda auxiliam na renda familiar.  Trabalho infantil, evasão escolar e escolas precárias contribuíram para tornar cada vez mais distante o acesso às universidades. 

E se invertêssemos os papéis da classe dominante os rumos da História seria diferente? Na desigualdade social não basta ser negro, índio, mulher ou homossexual tem que ser pobre seja negro, branco, homem, mulher, heterossexual ou homossexual. È a falta ou ausência de dinheiro que exclui o ser humano da sociedade. Uma coisa é certa o dinheiro não é racista e não sofre nenhum tipo de restrição quanto a cor, beleza, sexo ou idade. Diz um ditado popular ‘’ Dinheiro não escuta desaforo’’.  Isso parece ser verdade no quesito respeitar as diferenças quando nos deparamos com a realidade a nossa volta. 

 

                                                                                    


           

Quem quer um pobre para chamar de seu? O Estado, as igrejas ou as ONGs? Para essas instituições o pobre é um meio e não um fim. Há várias formas de preconceito, tais como: racial, sexual, social, religioso, linguístico e xenofobia. Apesar de nunca ter existido no Brasil um regime de segregação racial o tema racismo tem ganhado destaque de políticas públicas. Assim, como outros temas homossexualismo, mulheres e a língua portuguesa. È o preconceito social que faz aumentar as diferenças entre as pessoas. Nosso apartheid são as favelas, as periferias, e os subúrbios existentes nas grandes cidades. È o preconceito de bairro, de transporte, de educação, de saúde e segurança pública que torna as pessoas invisíveis. 

 A identificação de grupos (negros, mulheres e homossexuais) para criação de políticas públicas é um meio e não um fim para sanar questões maiores, tais como educação, saúde, transporte, moradia e segurança pública.  A criação de cotas não é garantia que teremos empregos, moradia, saúde e segurança pública. Uma péssima formação educacional exclui negro, branco, homem, mulher, heterossexual ou homossexual. Prevendo o fiasco das políticas afirmativas o governo estuda a possibilidade de criar incentivos fiscais para as empresas privadas fixarem cotas de vagas de trabalho para negros. Será a cor mais importante do que a qualificação profissional? ou será o incentivo fiscal mais vantajoso que o lucro? A classe dominante foi e sempre será o dinheiro e suas vantagens proporcionadas. 

Portanto, pouco importa quem esteja no comando ( brancos, negros, índios, homens, mulheres ou homossexuais), seja quem for sempre existirão opressores e oprimidos. No passado foram os negros, índios, gays e mulheres. No futuro serão os brancos, pardos, homens e heterossexuais. Iremos reparar os erros do passado levando os mesmos erros para o futuro. Assim caminha a humanidade....




2 comentários:

  1. Embora, alguns desses julgamentos não correspondam necessariamente a realidade. O ser humano por temer o desconhecido e o diferente adota mecanismo de defesa. A violência contra outros credos, estrangeiros, pobres, mulheres, homossexuais, índios e negros, por exemplo, estão tão enraizadas em nossa mente que associamos ao preconceito. Atribuir atitudes preconceituosas ou de intolerância devido aos estereótipos não é mais aceitável.

    nOSSAS LEIS E A NOSSA SOCIEDADE,NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA O EXCESSO DE LIBERDADE,QUE PODE TRAZER TANTOS OU MAIS PROBLEMAS QUANTO A FALTA DE LIBERDADE,A DEMOCRACIA REZA QUE DEVEMOS RESPEITAR O LIVRE HARBITRIO DO OUTRO,ACEITAR NA MARRA AQUILO QUE NÃO SE QUER ACEITAR TAMBEM É UMA MANEIRA DE IMPOR,O PRÉ CONCEITO NASCE DA VIOLENCIA E ISSO DEVERIA VALER PARA TODOS.

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  2. Segundo dados, do censo 2010 a soma de negros, pardos, indígenas e amarelos supera a população branca no Brasil. Nos últimos anos negros e pardos têm se assumido mais. Ora se isso for verdade é negro contra negro!!

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