Muitos profissionais precisam da sensação de importância ou necessidade de valorização da sua profissão/atividade. O valor que o indíviduo dá ao seu trabalho necessita ser ratificado pelos outros. Só que esse valor depende do olho de quem vê. Já a vaidade é a busca pela satisfação do ego. Em muitos casos a vaidade envolve disputa de poder, respeito, ambição e competência. Às vezes a necessidade de ser reconhecido profissionalmente se confunde com a vaidade, pois há um ponto comum que é chamar atenção dos outros.
Comparando as organizações públicas e privadas, é provável que a cultura organizacional incite a importância da valorização profissional. Quanto maior a quantidade de cargos maior a necessidade de ser reconhecido. No setor público existe a questão cultural do servidor público ser visto como símbolo de status e poder, pois desde o ínicio da nossa formação histórica-política os funcionários do Estado eram indicados pelo rei para ocupar cargos públicos. Daí a famosa expressão para designar servidor ‘’amigo do rei’’. Mesmo passado muitos anos essa mentalidade, ainda é presente em muitas organizações públicas. È por isso, que existe a dificuldade em formar equipes, pois não podemos negar que a cultura organizacional da admnistração pública fomente a feira das vaidades. Talvez, a vaidade esteja mais presente no setor público do que no setor privado, pois as atividades da administração pública está mais associada ao símbolo de status, poder e culto aos altos cargos.
A vaidade está presente em todas as organizações, pois o ambiente de trabalho é um espaço de disputa velada. È comum as pessoas tentarem mostrar suas habilidades para reafirmar aos outros que é bom no que faz. Executar atividades com maestria é um dos dos fatores que poderá chamar atenção dos outros. Porém, o reconhecimento profissional envolve os valores profissionais e humanos pautando-se na humildade.
Desejar ser reconhecido pelos outros é um fator de extrema importância para muitos profissionais. E por que isso é importante ? O reconhecimento profissional em muitos casos vêm seguido de elogios, prêmios, medalhas ou títulos, etc. Para alguns profissionais essa necessidade não é tão extremamente importante. Um exemplo disso, é do piloto canadense, Jaques Villeneuve que não dá importância aos seus troféus. Em alguns casos ele doa seus troféus ou guarda em qualquer lugar. Perguntado, por que ele não se importava com os troféus ele disse ‘’ A minha consciência sabe que venci. Não preciso ouvir dos outros e nem de troféus para saber que venci’’.
Não devemos confunfir auto-estima com vaidade. Existe uma linha tênue entre vaidade e reconhecimento profissional. Quando não formos capazes de reconhecer nossos pontos fracos nos tornamos vaidosos. Se sua consciência sabe que você trabalha bem. Qual a importância tem ouvir um elogio ou receber um troféu? Se um elogio vier ótimo, senão vier tudo bem.
No contexto profissional é necessário cuidar da imagem, a fim de despertar no outro o interesse em conhecer quais valores profissionais e pessoais trazemos conosco.
Faz sentido uma pessoa sentir-se insatisfeita, porque a empresa não tem reconhecido seu esforço e dedicação? Trabalhar o dobro ou triplo para chamar atenção do chefe?. Aqueles que se preocupam tanto em aparecer se esquecem que a melhor forma de aparecer é despertando nos outros a vontade de se interessar por nós.
Portanto, o valor que cada indivíduo dá ao seu trabalho está dentro de cada profissional. È preciso, estabelecermos quais são as nossas prioridades profissionais chamar a atenção ou despertar o interesse. Por que isso é importante? Considero o filme ‘’O advogado do diabo" uma excelente metáfora para explicar como é fácil ser seduzido pelo status e poder, pois o ambiente de trabalho é propicípio para testar nossos valores. Ao tentar a todo custo ser reconhecido profissionalmente lembre-se da frase do filme que diz: "Vaidade é meu pecado predileto!".
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