A Lei de Murphy diz se alguma coisa pode
dar errado, com certeza dará. Já a Lei de Gérson diz se algo der errado, não
tem problema, pois damos um ‘’jeitinho’’ de parecer certo. O ex-jogador, Gérson
de Oliveira popularizou o jeitinho brasileiro na propaganda de cigarros Vila
Rica, em 1976. A frase que originou a Lei de Gérson na propaganda é: “Por
que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de
levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!”
Na época o jogador já era consagrado como
um dos melhores meio-campistas do futebol brasileiro, porém ficou marcado pela
propaganda. Com os escândalos políticos que ocorrem frequentemente na
política brasileira, a expressão ‘’Lei de Gérson’’ acaba surgindo na boca do
povo.
A ideia de que o mundo é dos espertos, que
sabem tirar vantagem em todas as situações sempre foi cultuada na mídia e na
cultura brasileira. Afinal, é bom ser bom? As pessoas boas levam algum tipo de
vantagem? A frase gentileza gera gentileza ganhou status de cidadania e
respeito às pessoas. Pessoas bondosas são gentis e têm como preocupação
primordial tratar de forma respeitosa as pessoas com quem convivem na maior
parte do tempo. Vários estudos sugerem que ser simpático traz benefícios
profissionais e pessoais. Porém, indivíduos bondosos tendem a ganhar menos e não
ocupar cargos de liderança. Segundo, pesquisadores de psicologia as
possíveis vantagens que uma pessoa genuinamente bondosa poderá desfrutar são
relacionamentos duradouros e gozar de boa saúde.
O excesso de simpatia tende atrapalhar
profissionalmente, mesmo aqueles que são extremamente produtivos. Assim, como
os genuinamente bondosos os bondosos ‘’forçados’’ também ganham menos. Além
disso, ambos tendem a não ocupar cargos de liderança. Os genuinamente bondosos
quando ocupam posições de liderança, fatalmente irá encontrar pessoas que irão
se aproveitar de tamanha meiguice e manipulá-los, visando obter vantagens. Já
os bondosos ‘’forçados’’ recorrem à manipulação disfarçada de simpatia,
gentileza e altruísmo para conseguir o que pretende. Enquanto, os realmente
bons usam o alto poder de empatia para colocar-se no lugar do outro,
sensibilizando-se com o seu sofrimento, sem tirar vantagem dessa capacidade. Os
lobos em pele de cordeiro, geralmente primam pela bajulação e cortesia
excessiva, beirando a subserviência. Essas pessoas facilmente levam a fama
de chato.
Geralmente, os chefes veem os funcionários
mais simpáticos, gentis e bondosos como os mais eficientes, embora não os
fossem. Os genuinamente bondosos e os bondosos ‘’forçados’’ podem usufruir
dessa vantagem para manter-se no emprego, porém isso não necessariamente lhes
garantirá maiores salários ou altos cargos. Isso ocorre, porque na maioria das
vezes os poderosos quase nunca costumam ser famosos por altruísmo ou compaixão.
Os simpáticos, gentis e bondosos são admirados e respeitados em atividades que
exijam cooperação. Já em atividades que exijam competição essas qualidades são
rejeitadas. Logo, os genuinamente bondosos e os bondosos ‘’forçados’’ possuem
menor potencial de liderança. Como nossa cultura valoriza o resultado, os
genuinamente bondosos precisam convencer aos outros que possui o que é preciso
para ser um líder eficiente.
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