sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Leve vantagem você também



A Lei de Murphy diz se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará. Já a Lei de Gérson diz se algo der errado, não tem problema, pois damos um ‘’jeitinho’’ de parecer certo. O ex-jogador, Gérson de Oliveira popularizou o jeitinho brasileiro na propaganda de cigarros Vila Rica, em 1976.  A frase que originou a Lei de Gérson na propaganda é: “Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!”

Na época o jogador já era consagrado como um dos melhores meio-campistas do futebol brasileiro, porém ficou marcado pela propaganda. Com os escândalos políticos que ocorrem frequentemente na política brasileira, a expressão ‘’Lei de Gérson’’ acaba surgindo na boca do povo.

A ideia de que o mundo é dos espertos, que sabem tirar vantagem em todas as situações sempre foi cultuada na mídia e na cultura brasileira. Afinal, é bom ser bom? As pessoas boas levam algum tipo de vantagem?  A frase gentileza gera gentileza ganhou status de cidadania e respeito às pessoas. Pessoas bondosas são gentis e têm como preocupação primordial tratar de forma respeitosa as pessoas com quem convivem na maior parte do tempo. Vários estudos sugerem que ser simpático traz benefícios profissionais e pessoais. Porém, indivíduos bondosos tendem a ganhar menos e não ocupar cargos de liderança.  Segundo, pesquisadores de psicologia as possíveis vantagens que uma pessoa genuinamente bondosa poderá desfrutar são relacionamentos duradouros e gozar de boa saúde. 

O excesso de simpatia tende atrapalhar profissionalmente, mesmo aqueles que são extremamente produtivos. Assim, como os genuinamente bondosos os bondosos ‘’forçados’’ também ganham menos. Além disso, ambos tendem a não ocupar cargos de liderança. Os genuinamente bondosos quando ocupam posições de liderança, fatalmente irá encontrar pessoas que irão se aproveitar de tamanha meiguice e manipulá-los, visando obter vantagens. Já os bondosos ‘’forçados’’ recorrem à manipulação disfarçada de simpatia, gentileza e altruísmo para conseguir o que pretende. Enquanto, os realmente bons usam o alto poder de empatia para colocar-se no lugar do outro, sensibilizando-se com o seu sofrimento, sem tirar vantagem dessa capacidade. Os lobos em pele de cordeiro, geralmente primam pela bajulação e cortesia excessiva, beirando a subserviência. Essas pessoas facilmente levam a fama de chato.

Geralmente, os chefes veem os funcionários mais simpáticos, gentis e bondosos como os mais eficientes, embora não os fossem. Os genuinamente bondosos e os bondosos ‘’forçados’’ podem usufruir dessa vantagem para manter-se no emprego, porém isso não necessariamente lhes garantirá maiores salários ou altos cargos. Isso ocorre, porque na maioria das vezes os poderosos quase nunca costumam ser famosos por altruísmo ou compaixão. Os simpáticos, gentis e bondosos são admirados e respeitados em atividades que exijam cooperação. Já em atividades que exijam competição essas qualidades são rejeitadas. Logo, os genuinamente bondosos e os bondosos ‘’forçados’’ possuem menor potencial de liderança. Como nossa cultura valoriza o resultado, os genuinamente bondosos precisam convencer aos outros que possui o que é preciso para ser um líder eficiente. 

Só nos resta saber se os genuinamente bondosos estão interessados em nos convencer de algo, pois para eles ser bem-sucedido é desenvolver recursos que nos levem a felicidade a longo prazo, vida saudável,  relacionamentos sólidos e prazer no cotidiano, pois essa é vantagem de se viver.  




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