Todos nós somos constantemente expostos a agressões verbais, críticas
destrutivas, provocações, comentários e piadas maldosas. A internet trouxe
consigo o ideal de inclusão, democratização da informação e liberdade de
expressão. Por outro lado, tem-se tornado palco de ofensas públicas e
gratuitas. Receber e replicar ofensas faz parte do nosso cotidiano. Não existe
uma única pessoa que nunca tenha recebido respostas grosseiras do chefe,
cliente, colega de trabalho, amigos ou membro familiar.Ninguém está livre de
ser criticado indelicadamente.
Na literatura, música, e oratória política temos exemplos do que seja
realmente arte do insulto. Antigamente as pessoas tinham capacidade de
expressar suas opiniões, através do ‘’dizer sem dizer’’. Apreciavam a ironia e
frases de duplo sentido de construções complexas. Hoje a ‘’arte do insulto’’
ficou reduzida a agressões verbais gratuitas, principalmente com muitos
palavrões e comentários degradantes. A arte do insulto é uma habilidade que
poucos conseguem dominar. Pessoas inteligentes também brigam e às vezes os ataques verbais tendem
a ser mais elegantes do que os das pessoas comuns. O sinal do nosso declínio cultural está na perda da
capacidade de saber-se expressar-se.
Geralmente, celebridades e políticos por serem pessoas públicas correm
maior risco de serem insultadas. Na maioria das vezes os ataques verbais nos
ofendem e dificilmente conseguimos articular uma boa resposta. O que fazer
quando uma crítica maldosa destrói nosso dia? Desperdiçar nosso dia se
aborrecendo, usar o silêncio como resposta ou fingir que não ouviu?
Quase todas as pessoas são contaminadas pela irritação alheia. Os que se
deixam influenciar pelo estado de espírito dos outros podem mais facilmente
envolver-se em discussões acaloradas. Muitos profissionais sabem que precisam
tratar os clientes com presteza, eficiência e paciência. Um vendedor que atende
um cliente grosseiro é afetado por seu mau humor e isso o leva a descontar no
cliente que vier depois. O cliente sairá da loja aborrecido e acabará agredindo
outra pessoa. A falta de respeito se espalha provocando um efeito dominó. Não
devemos permitir que nosso estado de ânimo dependa dos outros, para isso
não devemos levar a sério a atitude dos outros. Qualquer profissional que
precise lidar diariamente com pessoas agressivas e/ou mal-educadas necessita
manter-se protegido do mau humor e estado de espírito dos outros. Isso exige
bastante controle emocional, calma e resistência as grosserias.
Geralmente as pessoas presas ao papel de boazinha (amável, cautelosa e
solícita) sofrem mais ataques verbais, pois não sabem se comportar de forma
desagradável ou agressiva quando necessário. A autoconfiança e autoridade são necessárias
para prevenir ataques grosseiros. Esses elementos precisam ser exteriorizados
para estabelecermos limites. Por que as pessoas dizem que são humilhadas no
ambiente de trabalho pelo chefe ou colegas de trabalho? Será falta de autoafirmação?
Para os psicólogos a simples disposição de se defender já inibe a intenção do
agressor.
Quase todos os comentários maldosos possuem um único objetivo: Alfinetar
o outro. Normalmente, os comentários são simples, vulgares e indelicados.
Portanto, não faz sentido sofisticar nas respostas. Na maioria dos casos
ignorar é a melhor saída. O importante é envolver-se o mínimo possível em
discussões que não nos acrescenta em nada.
Às vezes palavras grosseiras podem ser ditas sem má intenção. Muitos dos
comentários que nos magoam não passam de observações imprudentes ou de uma
interpretação equivocada de nossa parte. Há muitas pessoas que falam sem pensar
ou porque são espontâneas demais ao manifestar suas opiniões ou porque não
possuem muita sensibilidade. Portanto, não perca tempo decifrando a intenção do
comentário.
Para algumas pessoas é impossível ignorar um comentário insolente. Se
ficarmos respondendo a todas as grosseiras que ouvimos viveremos brigando o
tempo todo. A especialista em comunicação, Barbara Berckhan estabeleceu técnicas
de autodefesa oral inspirada na arte marcial, aikido. Se você é um daqueles que
não conseguem ignorar o interlocutor ela sugere que revidemos o ataque verbal
mudando de assunto (exemplo perguntar se a mãe dele(a) vai bem) replicar
monossilábico (exemplo Não me diga!! È mesmo!!! Ahh tá!! humm). A autora sugere
reagirmos de forma indiferente ao comentário. Por outro lado, essa simples
atitude poderia irritar o agressor e talvez tivéssemos que mostrar que de fato
dominamos alguma arte marcial na prática.
Réplicas inteligentes precisam de um tempo para serem elaboradas e
quando se trata em reagir a um ataque verbal elas desaparecem de nossa mente. E
muitas vezes por impulso disparamos uma grosseria ainda maior. As pessoas
fazem críticas destrutivas por inúmeras razões, pois nunca estão em paz consigo
mesmas. Geralmente, elas reprovam tudo e se irritam por qualquer coisa.
Essa negatividade deseja encontrar um alvo para entrar na mesma sintonia
negativa.
Alguns críticos destrutivos possuem argumentos inconsistentes. (comentam
que algo é chato, feio, sem criatividade, comum, etc são comentários que não
nos acrescenta em nada). Um exemplo, você apresenta uma ideia ao seu chefe e
ele lhe responde que sua ideia é o cúmulo da estupidez. Segundo, a autora a
réplica desintoxicante tem como objetivo tirar você de uma posição de
inferioridade. Nesse caso se você tiver coragem de perguntar ao seu chefe faça
a seguinte pergunta: Como assim cúmulo da estupidez? Devemos usar a réplica
desintoxicante quando nos criticarem de forma pouco objetiva. Não faça
perguntas cretinas para receber respostas cretinas. Em alguns casos dê razão as
críticas destrutivas se não lhe causar problemas. Mostre-se compreensivo as
críticas. Em alguns casos muitos críticos assumem uma posição de arrogantes.
Pessoas arrogantes são carentes de elogios. Elogie-o seus sábios comentários.
Já uma crítica construtiva não denigre e nem humilha ninguém, geralmente
baseia-se em fatos concretos e atuais pautando-se na razão, admiração ou
elogio.
Ser agredido verbalmente é muito desagradável, mas já que aconteceu não
devemos nos rebaixar no mesmo nível da pessoa. Se você tiver inteligência e sagacidade crie réplicas que deixem o interlocutor confuso entre um insulto e elogio. Do contrário, não gaste sua energia e tempo
respondendo as agressões verbais. Não é necessário mostra-se compreensivo com
pessoas desequilibradas e insensatas. Pessoas com esse perfil são mais propensas a ataques de fúrias, portanto nunca considere seus comentários.
Boa Noite! Gostei muito do texto e da maneira simples e didática que foi escrito.
ResponderExcluirJá estive em situaçoes desse tipo inúmeras vezes, e todas as vezes que me exaltei nao fiquei bem depois; as vezes que aproveitei e retruquei o mesmo sentimento senti. Portanto ler esse texto me mostrou uma nova forma de ouvir, nao se inferiorizar mas nao dar tanta importancia, e se possivel nem responder. E mais, realmente nao podemos estragar um belo dia de vida por causa de alguém que tem uma opiniao sobre voce ou seu trabalho totalmente incorreta, e apenas dizer que está "tudo" ruim, essa pessoa nao sabe o que diz e nem sabe ouvir o que o outro quis dizer. Obrigada pela dica. Mônica Loureiro
Olá Mônica,
ResponderExcluirObrigada pela visita!!! Você já pensou no poder do silêncio? Se puder leia esse texto é bem legal.
O Poder do silêncio
http://pt.shvoong.com/humanities/1800855-poder-sil%C3%AAncio/
fiquei bem tranquila depois de ler este artigo, eu saio do trabalho muito estressada,depois de um dia de trabalho, pois convivo com uma colega de trabalho muito grossa desagradável e indelicada que a todo momento fás comentários maldosos e ofensivos, depois de ler tive uma noção de como me defender.
ResponderExcluirEu sempre penso assim, que o agressor vai dizer de tudo para acabar com você. Sejam verdades distorcidas ou mentiras cabeludas.
ResponderExcluir"Apreciavam a ironia e frases de duplo sentido de construções complexas";
ResponderExcluireu queria aprender essa arte.
Olá meu caro,
ExcluirDevo admitir que dominar alguma arte é para poucos. Quem o diga Sir Winston Churchill, conhecido como o mestre da arte do insulto. Também Britânico queríamos o quê, né? Ele sabe reunir frieza, finesse e franqueza na hora de denotar seus inimigos. Ele tem os quatros F. O cara é PHODA!!! kkkkk