segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eu não nasci (apenas) para o trabalho


Os trechos da música ‘’ Eu não nasci pra trabalho. Eu não nasci pra sofrer. Eu percebi que a vida. É muito mais que vencer....’’ não é de nenhum compositor baiano. Porém, há certas semelhanças na identidade cultural do Rio e Salvador. Baianos e cariocas são siameses.

 Durante anos vendemos parte de nossa vida por salários para manter nossa sobrevivência e consumo. O dinheiro é necessário para nos proporcionar alimentação, segurança, saúde, educação, moradia, previdência social, lazer, vestuário, etc. Porém, há aqueles que não gostam de trabalhar e acreditam que a vida é um eterno parque de diversões. Para curtir a vida adoidado precisamos de dinheiro para entrar no parque de diversões. Viagem, festa e consumo, geralmente é a diversão da maioria da população. 

A maioria sonha ganhar na mega-sena acreditando que terá uma vida tranquila destinada unicamente para curtir a vida adoidado. Se o seu sonho é não fazer nada, não tem jeito você terá que trabalhar para comprar o bilhete e apostar na mega-sena. Não há escapatória todos precisam trabalhar. Afastamos a preguiça e a malandragem da nossa mente com os afazeres do trabalho. 

O fator fundamental para aprender a gostar do trabalho é conciliar trabalho e vida pessoal. A busca por uma melhor qualidade de vida exige o equilíbrio entre trabalho e família. Essa mudança de valores atingirá as empresas, pois as próximas gerações valorizarão cada vez mais qualidade de vida e menos questões como dinheiro e status. Os profissionais buscam flexibilidades de horários para poder melhor administrar o tempo. Quanto mais um profissional sobe na hieraquia maior serão as cobranças e demandas. Alguns estarão dispostos a abrir mão do sucesso, carreira, promoções, poder, reconhecimento e cargo em nome da qualidade de vida. De nada adianta ter tanto dinheiro se não temos tempo para usufruí-lo. Também de nada adianta perder noites no escritório, fazer hora extra ou levar trabalho para casa, uma vez que esses pequenos desgastes não farão muita diferença para  torná-lo mais rico. Ninguém enriquece fazendo horas extras.  Em ambos os casos estaremos consumindo tempo. Qualidade de vida é ter tempo para você, família e amigos. È ganhar o suficiente para atender as nossas necessidades de vida sem extravagâncias. 

O termo ‘’yuppie’’ descreve um conjunto de atributos e traços de comportamento que vieram a constituir um estereótipo que é comum nos EUA e Inglaterra. Os yuppies tendem a valorizar bens materiais. A geração yuppie quer ter dinheiro, mas quer ter tempo para gastá-lo (posteriormente entram em crise existencial consumista.) Já os hippies opõem-se ao consumo, defendem o amor livre e a não-violência, meditam, usam drogas (mas alimentam-se de produtos naturais e orgânicos para garantir melhor qualidade de vida), possuem ideais anarquistas e socialistas, preocupam-se com as questões sociais, discriminação racial e sexual. (posteriormente entram em crise existencial e percebem que não são  hippies, mas sim um sem-terra, mendigo e/ou drogado). 

Nos países subdesenvolvidos o yuppie, pode ser um traficante, político ou playboyzinho. Os ''yuppies emergentes'' querem ter dinheiro a custa dos outros (malandragem). O hippie, em virtude do amor livre gerou uma  família numerosa e é avesso ao trabalho. Geralmente, conforma-se com bolsas-auxílio do governo (preguiçosos) e usam da violência para ocupar propriedades rurais. O estilo ''hippie emergente'' opõe-se ao trabalho, mas precisam de propriedades rurais para viver em comunidade, praticar a agricultura de subsistência e comércio de troca entre a comunidade. (comercializam as terras assentadas).  

Quem não nasceu para trabalhar e acha que pode ganhar a vida casando-se com homem rico ou mulher rica, tornando-se político, achando um tesouro, ganhando na loteria ou aguardando uma herança. Lembrem-se, enquanto isso não acontecer temos que trabalhar para vadiar nas férias com dinheiro no bolso, seja no Rio ou em Salvador. Do contrário, arrume um jeito de viver sem ter que trabalhar, contanto  que não seja um parasita da sociedade. 

2 comentários:

  1. Refletindo a respeito do tema, me lembrei de Paulo Freire e sua obra "Pedagogia do oprimido". Ele cita:
    "Massas conquistadas, massas espectadoras, passivas, gregarizadas (...) alienadas. Para mantê-las alienadas, os "opressores" (...) pela "aproximação", que pode ser feita pela comunicação, se faz pelos "comunicados", pelos "depósitos" dos mitos indispensáveis à manutenção do status quo.
    O mito por exemplo, de que a ordem opressora é uma ordem de liberdade. De que todos são livres para trabalhar onde queiram. Se não lhes agrada o patrão, podem então deixá-lo e procurar outro emprego. O mito de que esta "ordem" respeita o direito da pessoa humana e que, portanto, é digna de todo apreço. O mito de que todos, bastando não ser preguiçosos, podem chegar a ser empresários - mais ainda, o mito de que o homem que vende, pelas ruas gritando: "doce de banana e goiaba" é um empresário tal qual o dono de uma grande fábrica. [...] O mito da propriedade privada, como fundamento do desenvolvimento humano, desde, porém, que pessoas humanas, sejam apenas os opressores. O mito da operosidade dos opressores e o da preguiça e desosnestidade dos oprimidos. o mito da inferioridade "ontológica" destes e o da superioridade daqueles. E Finalmente, "as elites dominadoras da velha Roma falavam na necessidade de dar "pão e circo" às massas para conquistá-las, amaciando-as, com a intensão de assegurar sua paz (Paulo Freire, 1968, p. 188-189)."
    Freire entendeu que o comportamento do humano, está associado à influência das Elites dominantes à este. A metáfora do "pão e circo", pode ser substituída por "Bolsa família e Futebol", ou "praia e carnaval", ou ainda "BBB e novela global". Nesse contexto, manter a alienação do povo e, portanto, a ignorância deste, assegura o poder dos opressores (políticos, burgueses e grandes empresários). Freire salienta que sem a "praxis" - que é reflexão e ação, as pessoas continuarão alienadas, ou ao trabalho, ou a preguiça. Daí que, poderá ser verdade que ser pobre ou rico, venha da opção de cada um?

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  2. Luis Cesar,

    Obrigada pela visita!! Bem pertinente sua pergunta. Agora te faço outra. Entre receber auxílios do programa bolsa família e/ou Brasil carinhoso e trabalhar qual é a melhor opção? O melhor dinheiro é aquele que se ganha sem esforço. O sonho da maioria dos brasileiros é ganhar na mega-sena para curtir a vida sem ter que trabalhar.

    O homem que vende pelas ruas ruas gritando '' doce de banana e goiaba'' tem a opção de escolher entre viver de benefícios ou vender bananas na rua. Gritar nas ruas para vender algo requer esforços. Às vezes há pessoas que se satisfazem com benefícios. Outras utilizam-o como complemento da renda, pois já trabalham na informalidade.

    Comer e ter um teto pode ser suficiente para quem vive em extrema pobreza. O que os beneficiados estão fazendo para sair da situação de extrema pobreza? Até quando vamos oferecer auxílios?

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