segunda-feira, 25 de junho de 2012

Conhecimento não é poder


   Se conhecimento fosse poder os acadêmicos governariam o mundo. Antigamente, o acesso a informação era mais restrito, uma vez que existiam poucos meios de comunicação disponíveis para disseminar a informação.  Atualmente, há uma infinidade de opções para adquirirmos conhecimento. Temos inúmeras variedades de livros, revistas, jornais, cursos e sites especializados em temas variados. Vivemos sobrecarregados de informação e muitas vezes nos perdemos na busca do próprio conhecimento.   

O poder reside na transformação e aplicação do conhecimento.  Usar o nosso conhecimento de forma mais eficaz e produtiva é que nos diferencia da maioria. A forma como lemos e absorvemos uma informação é perceptível em sala de aula. Qualquer professor sabe identificar que alguns poucos alunos tem maior capacidade em ler, absorver e produzir um melhor resultado que a maioria. 

A busca pelo conhecimento não é uma coisa inata, mas sim algo que aprendemos. Um diploma universitário apenas prova que você é capaz de aprender, mas não prova que você seja capaz de colocar em prática o que aprendeu. 

A capacidade de produzir e receber conhecimento são diferentes em cada indivíduo. È difícil, mas temos que reconhecer que há algumas pessoas que são melhores do que a maioria. Embora, reconheçamos que a linhagem de nascimento ou a herança familiar possa ajudar alguém a ser melhor do que a maioria em termos de qualidade de ensino. Por outro lado, nada impede que pessoas desprovidas da ‘’sorte’’ de ter uma qualidade de ensino não possam ter seu diferencial. 

A busca pelo conhecimento sempre foi associada como uma forma de libertar as pessoas da ignorância e superstição, mas não do medo. Há pessoas que possuem conhecimento e não sabem aplicá-lo na sua vida pessoal e profissional ou talvez não queiram aplicá-los por algum motivo (preguiça, medo, inércia, sem coragem, sem motivação, comodismo, etc). Agir com conhecimento é poder. O que temos e o que somos muitas vezes é fruto do nosso comportamento humano.  Nossa situação social e/ou problemas não são mais justificados pela falta de conhecimento ou culpa do capitalismo. A princípio todos nós podemos explorar o conhecimento e usufruí-lo da melhor maneira possível. O conhecimento nos torna responsáveis pela nossa condição humana. 

Alguns poucos capazes são sempre responsáveis pelo mundo. Portanto, os melhores lideram e os medíocres seguem. Uma tendência contemporânea é acreditar que todos podem ser empreendedores e capazes de gerar emprego e renda para a maioria. Recusamos em reconhecer que nem todos são capazes de desenvolver um caráter forte que vai além do conhecimento e que não é ensinado nas escolas ou universidades. Não há como ensinar certos atributos ou qualidades. Um exemplo é a coragem ou você tem ou não tem. 

Aplicar o conhecimento é para poucos. Vale salientar que poucos assumem a responsabilidade, a coragem, a ousadia, a determinação e a disciplina em aplicar o conhecimento para produzir emprego e renda para a maioria. Alguns filósofos afirmam que a maior parte da humanidade sempre viveu às custas de uma minoria mais capaz, corajosa e inteligente. Algumas vítimas do sistema, a maioria mediana acredita que os ''melhores'' exploram os outros. Pelo contrário, sobrevivemos em função dos poucos ''melhores''. Hoje a elite não governa pela posse dos meios de produção, mas pela informação. A informação molda nossa mente, valores, relações, cultura e vida. Sua função principal é criar, interpretar, comercializar pensamentos, ideias e opiniões para construir modelos computadorizados da realidade. O capitalismo trabalha lado a lado com a natureza humana incentivando as pessoas a fazer o melhor uso do conhecimento para sobreviver.  


As facilidades de acesso a informação permite que todos façam parte da ‘’elite’’ capitalista.  Todos os meios e mecanismos de adquirir o conhecimento nos são concedido de maneira irrestrita e incondicional. Resta saber se cada indivíduo consegue produzir a sua volta relações econômicas, políticas e existenciais concretas, úteis e produtivas.  

A ideologia capitalista cansou de ser culpada por tudo de ruim no mundo. Portanto, a fonte de produtividade da economia está centrada no potencial de cada indivíduo em aplicar o conhecimento.  Logo, poucos irão gritar Eureka!!! 

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