segunda-feira, 19 de março de 2012

De boas intenções o inferno anda cheio: Governo e entidades filantrópicas


Promover o bem- estar social é um dos principais objetivos do Estado. È dever de todo e qualquer cidadão que se propõe ingressar na política garantir proteção e defesa à população. Entende-se como bem- estar social assegurar direitos aos indivíduos tais como: educação, saúde, transporte, segurança, etc. A deficiência do Estado em sanar as questões sociais fez com que pessoas jurídicas e físicas ingressassem na ajuda das pessoas ‘’vítimas da sociedade. ’’ Apesar do número crescente de entidades filantrópicas no Brasil, não há dados estatísticos que comprovem uma mudança substancial na vida das pessoas que recebem ou receberam algum apoio filantrópico. Muito menos o governo possui dados concretos que determinada política social, realmente fez e está fazendo diferença na vida das pessoas.


Em alguns casos abraçar uma causa pode  nos garantir isenção fiscal. È o caso, por exemplo, de empresas que apóiam a cultura, esportes e projetos sociais. Diz o ditado que devemos fazer o bem sem esperar nada em troca. A maioria faz o ‘’bem’’  querendo receber algo em troca.

O maior incentivo à filantropia nos Estados Unidos, no entanto, vem dos impostos sobre herança. Nos EUA, os "mortos" são tributados em até 50% daquilo que deixam para filhos e demais herdeiros, daí a proliferação de fundações privadas de bilionários como Warren Buffett e Bill Gates. Um americano chega a deduzir as doações em até 50% de sua renda bruta; se não conseguir abater tudo no ano da doação, pode levar o restante para até cinco anos. Será que o americano sente-se culpado por ser rico? Algumas pessoas movidas pelo sentimento de culpa tendem a doar mais? O conceito de filantropia vem do grego e significa amor à humanidade.  Suponha-se que seja um amor à humanidade sem culpas ou sem interesses. No Brasil não há incentivo fiscal às doações feitas por pessoas físicas.

As práticas de responsabilidade social é um instrumento mercadalógico focado em atrair e manter consumidores fiéis a um determinado produto ou serviço em troca da iniciativa ''espontânea'' das empresas para mudar o contexto social de determinada comunidade. Muitos desses incentivos ''espontâneos'' das empresas correspondem  a uma renúncia fiscal das autoridades públicas federais, estaduais e municipais, diante do desenvolvimento dos projetos sociais, reduzindo a carga tributária da empresa que atua de forma responsável.

Parece irônico que mesmo em algumas das sociedades mais avançadas existam pessoas que sejam incapazes de cuidar de si mesmas. Não me refiro aos indivíduos incapazes, àqueles que possuem algum tipo de deficiência física ou mental, ou àqueles que não têm nenhum controle ou direção sobre sua própria vida. Refiro-me aos indivíduos que escolheram viver um estilo de vida que se afasta substancialmente da ‘’norma’’ social ou que aparentemente se tornaram ‘’vítimas da sociedade’’. Como cidadãos reconhecemos ou pensamos que reconhecemos que todas as pessoas são responsáveis por criar suas próprias circunstâncias. Isto é, cada indivíduo criou sua própria situação baseada em ações. Dessa forma, podemos efetivamente discutir a desculpa frequentemente dada para as ‘’vítimas da sociedade’’, pois em determinado momento uma escolha foi feita. Às vezes pessoas fazem escolhas infelizes que não são baseadas em qualquer decisão responsável e inteligente, mas como resultado de ignorância ou  de um ato ignorante. Ou seja, a pessoa não percebeu as conseqüências de tal ato.

O que estamos de fato fazendo ao propor ações de bem-estar social ou solidariedade? Seus efeitos são positivos ou tem um efeito negativo para sociedade? Não deveríamos nos preocupar com aqueles que vagueiam na vida sem nenhuma direção aparente, ou mesmo com aqueles que consciente ou inconscientemente escolheram serem ‘’vítimas da sociedade’’. Devemos nos preocupar com aqueles indivíduos que utilizam seu entendimento do que venha a ser bem-estar social ou solidariedade em um determinado contexto. È justamente, esses indivíduos que estão tentando aperfeiçoar a sociedade para ajudar as ‘’vítimas da sociedade’’. Como nosso conhecimento acerca de bem-estar social, nossa compreensão pessoal desse conceito afeta nosso convívio em sociedade? Sem refletirmos os efeitos dos programas sociais e as ações solidárias acreditamos que ruim ou bom devam ser feitas. As razões por detrás do por que doamos ou fazemos projetos sociais criarão e formarão no futuro a verdadeira situação de nossas intenções.

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