Porque em um mundo cada vez mais caótico não é possível tomar decisões baseadas apenas em números?

Na área de negócios é grande a preocupação com a análise quantitativa. Atualmente, as empresas buscam a maior quantidade de informação para alimentar um banco de dados capaz de oferecer valor ao negócio. Banco de dados e cruzamento de informações tem sido um aliado das empresas e do governo para fazer prognósticos da economia e do consumidor.

Vivemos em um mundo que se preocupa com previsões e lógica. Baseando-se em números e lógica profissionais especializados analisam o mercado político-econômico. A mídia dá ouvidos aos profetas da economia. Porém, nenhum economista foi capaz de prever a crise econômica.

As mudanças projetas para o mercado nem sempre dão certo, pois ninguém tem noção do que irá acontecer na economia no ano que vem e nem sequer amanhã. Às vezes os especialistas em previsões acertam, mas eles também erram e muito, pois não há regras para prever o futuro. Especialistas em mercado e política dão palpite com o objetivo de influenciar pessoas a acreditarem que aquilo será a realidade nos próximos anos ou é a realidade. Esses palpites, geralmente referem-se a IBOPE, PIB, taxa de inflação, juros, dentre outros. Muitas pessoas baseiam-se suas decisões nesses palpites.

A cada dia fica mais evidente que o mundo se recusa a ser organizado, entendido e controlado de modo exclusivamente quantitativo. Em um contexto global, onde há uma infinidade de informação cruzá-la e encontrar a lógica não é suficiente para compreendermos a realidade. Temos muita informação e pouca qualidade. Focamos na quantidade de informação e pouco analisamos a qualidade da informação. O ponto fraco do modelo quantitativo é que ele não leva em conta o comportamento humano. Temos de ser capazes de ir além dos números e da simples utilização do conhecimento como se fosse receita. Inúmeros livros de administração induzem que os profissionais de negócios devem ser mais analíticos e quantitativos em estratégias e análise de mercado.

Atualmente, é preciso ter ‘’feeling’’ (percepção e intuição) para auxiliar a tomada de decisão, pois diante de um cenário de incerteza e mudança as previsões falham e muito. Não podemos acreditar demais em previsões em longo prazo, pois hoje longo prazo é um mês, médio prazo é uma semana e curto prazo é um dia.  O mundo dos negócios, é um mundo de eventos humanos. Logo, não há método e não existe ninguém capaz de prever eventos humanos. As pessoas descrevem os indicadores econômicos como se fossem eventos físicos e não são. Os fenômenos envolvendo dinheiro, economia e mercado são manifestações do comportamento humano.  O que fazemos, pensamos e sentimos é o que determina as altas e baixas do mercado. O sobe e desce do mercado não ocorre por causa das cotações da bolsa de valores. Isso acontece, porque pessoas estão preocupadas, desanimadas ou preocupadas. O estado de espírito das pessoas influencia o consumo, pois o mercado econômico resulta da interação humana na luta pela sobrevivência e espaço.

Recessões ou crescimento econômico é causado por pessoas. È por isso, que a economia é imprevisível. São muitas as variáveis envolvidas para elaborar indicadores econômicos. Esses indicadores resultam de decisões. Empregador decidindo quanto quer pagar, trabalhador decidindo quanto quer ganhar e consumidor decidindo quanto quer pagar. O mundo é moldado pelo comportamento humano e pessoas são imprevisíveis. Portanto, não devemos levar tão a sério nenhuma previsão econômica ou política.