terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Teoria x Prática: Falsos Padrões


Após a conclusão do ensino superior inúmeros jovens se decepcionam com a relação teoria e prática. Isso ocorre especialmente na área de ciências humanas ou humanidades. Os cursos de graduação nessa área tratam dos aspectos do homem como indivíduo e ser social. Os principais cursos de ciências humanas são: Administração, Filosofia, Economia, Sociologia, História, Psicologia, Direito, Letras, Teologia, dentre outros. Em muitos desses cursos valorizam-se tanto os conceitos, mas nenhum deles oferece nenhuma prova confiável de que tal teoria é a prática.
Como surge uma teoria? Quais parâmetros a transformam como verdadeira? Em especial, nas disciplinas humanas um conceito torna-se aceito simplesmente por ser repetido infinitas vezes. Ou seja, transformou-se em verdade aceita, porque há anos determinando pensamento foi convertido em teoria. Uma das falhas da teoria nas ciências humanas é tentar estabelecer padrões envolvendo seres humanos. A área de humanidades acreditou ter enxergado padrões em meio ao caos. Acreditando nisso, acreditou ser possível criar fórmulas e estratégias para explorar padrões.
Os cursos de Administração, Psicologia, Filosofia, Economia, etc nunca confirmaram a ilusão entre teoria x prática. A decepção que muitos recém-formados têm entre teoria x prática é que a teoria tentou mostrar padrões calculados e estudados de seres humanos. Na verdade vários teóricos que estudaram os aspectos do homem como indivíduo e ser social tentaram encontrar um padrão de comportamento, mas não perceberam que os padrões são efêmeros. As teorias envolvendo ciências humanas não constituem base sólida sobre a qual se possa acreditar como verdade. Apesar, de alguns conceitos serem atraentes eles enganam as pessoas. È por isso, que precisamos quebrar paradigmas, pois da escola a universidade fomos condicionados a seguir padrões, regra e lógica. Para identificarmos tendências nascentes e futuras não precisamos seguir padrões, regras ou lógica. È preciso aplicarmos a percepção e a intuição para descobrir novas oportunidades e realidades. Muitos profissionais de humanidades estão presos a ilusão dos padrões discutidos em salas de aula. Vivemos em um mundo cada vez mais incerto e as mudanças vêem ocorrendo muito rápido. Logo, seguir padrões e regras aplicados aos aspectos sociais fica mais difícil.
Nenhum curso de graduação de ciências humanas diz, especificamente não leve tão a sério  essa teoria ou diz pode ser que funcione na prática. Uma teoria foi criada sob determinada circunstância no passado e não há garantias que funcionará no futuro. O fato é que não podemos confiar em nenhuma teoria que ignore uma série de casuísmos. Geralmente, a teoria baseia-se na crença de que os fatos se repetem em determinadas circunstâncias e previsões. Na área de humanas a repetição jamais ocorre de forma confiável. As escolas de pensamento das ciências humanas repousam em falácias. A maioria das pessoas que desenvolveram uma teoria julgaram compreender bastante a inter-relação das ações, valores e fatos. Conclusões assim podem ser úteis partindo do pressuposto de que a situação se repetirá ao longo da história.  Infelizmente, não é isso que ocorre. Uma teoria só tem utilidade quando nos ajuda a visualizar algo com maior clareza. Porém, não é isso que acontece quando concluímos um curso de graduação em ciências humanas. Na prática as disciplinas de Psicologia, Administração, Ciência Política, dentre outras não obedecem a nenhum padrão. Geralmente, os conceitos discutidos em sala de aula nunca se repetem na prática. Quando a teoria surge na prática não quer dizer rigorosamente nada, pois cada situação exige uma determinada ação.  
A mente humana busca ordem. Através da racionalidade fazemos relações de causa e efeito. Um exemplo disso é a Psicologia que tenta detectar no comportamento humano inter-relações através de associações e repetições. Porém, em alguns casos essas associações funcionam outros não. Criamos teorias estabelecendo uma relação de causa e efeito, a fim de explicar o fenômeno observado. È uma características das mentes racionais perceberem relações de causa e efeito onde não existem. Quando não existem, nós inventamos. O formulador de teorias não leva em conta as coincidências e acontecimentos causais e imprevisíveis.
 Jayme Garfinkel, controlador da Porto Seguro S.A é descrente dos livros de Administração. Segundo ele, seu aprendizado deve-se aos livros de romances. Para ele os livros de administração não relatam as relações humanas na vida real e a complexidade do ser humano. Muito menos explica que o líder é fruto do ambiente e das circunstâncias.
Devemos considerar as relações causais com certo ceticismo. Estudiosos em elaborar teorias não param de fazer ligações causais entre alguma coisa. Portanto, a cada dia fica mais difícil conciliar teoria e prática.

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