segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ser ou não ser empregado, eis a questão



Ser empreendedor é apostar para ganhar. Todo mundo quer ganhar, mas nem todo mundo quer apostar. Essa é diferença entre ser empregado e empregador. Viver bem é ganhar a vida com o suor do próprio rosto, mas de forma segura. Qualquer adulto sabe que a vida é um jogo. Muitos sentem-se infelizes com esse fato e passam a vida buscando meios e modos de aceitar o menor número de apostas possível para viver um vida segura e tranquila. Os empreendedores por não temerem riscos os enfrentam e tentam descobrir meios de administrá-los.

Na vida, para qualquer espécie de ganho, seja em dinheiro, crescimento pessoal e/ou profissional, o que quer se defina como ‘’ganho’’ temos que arriscar um pouco do nosso capital material e/ou emocional. Temos que compromoter dinheiro, tempo, amor, alguma coisa. Esta é uma lei universal. Muitos empreendedores concluíram que a maneira sensata de levar a vida não é fugindo dos riscos, mas expondo-se a eles. Eles entraram no jogo e apostaram, mas não de forma irracional. Pelo contrário apostaram com cautela e deliberação; apostaram de maneira tal que grandes ganhos sejam mais provavéis que grandes perdas. Apostar e ganhar!! Isso é possível, mas não existe fórmula mágica para o sucesso. Melhor seria dizer filosofia de vida para assumir riscos. Há um grupo de pessoas no mundo que almejam riqueza, mas concluíram que ninguém jamais ficou rico através de salário.

A inserção da disciplina empreendedorismo na grade curricular das escolas e universidades é uma tentativa de nos ensinar que a vida é um jogo e precisamos correr riscos e ganhar.Não devemos pensar apenas em termos de salário, pois ninguém fica rico através de salário, e há muita gente que fica pobre e/ou leva uma vida medíocre acreditando que um dia as coisas irão melhorar. Os salários servem para cobrir as necessidades básicas de nossas vidas. Talvez, nosso conceito de básico não seja compatível com a sociedade de consumo. E isso nos leva a querer mais coisas que não podemos comprar com nosso salário.

A maioria das pessoas agarra-se à segurança como se fosse a coisa mais importante do mundo. E a segurança parece ter muito a seu favor, pois nos deixa protegidos. Preocupações e inseguranças são partes integrantes dos grandes prazeres da vida. Casos de amor, por exemplo, se tememos nos comprometer e assumir riscos jamais saberemos o que é paixão. O objetivo da vida é ter calma, tranquilidade, segurança e proteção as 24h do dia? Sem dúvida, a aventura dá sabor à vida e a única maneira de viver uma aventura é expondo-se aos riscos.

A estrutura econômica mundial está montada entre empregados x empregadores. Se o emprego é a base de nosso sustento, o máximo que podemos esperar é passar pela vida sem ter que mendigar um prato de comida. E isto não é garantia de nada. A maioria de nós, depende de salários e de alguma reservas econômicas para que possamos recorrer em casos de emergência. O trabalhador sempre reclama do salário e que ganha pouco, mas ele não entende a lei do mercado econômico. O trabalhador nunca vai ganhar além do que o empregador pode pagar. Quem corre risco sempre tende a ganhar mais do que um cidadão comum. O sistema capitalista não acha justo o trabalhador ganhar igual ou mais que o patrão.

Por questão de educação e condicionamento social fomos empurrados a ter um bom emprego. Pais, professores, amigos, todo mundo ficou martelando na cabeça da criança que estudo é importante para termos um bom emprego. E o que é ter um bom emprego? Nossa educação ao longo da vida desenvolveu nosso potencial para ganharmos salários.

A menos que tenhamos pais ricos, a única maneira de sair da pobreza, é submetendo-se a riscos. Há casos de vários empresários que começaram do nada e construíram grande patrimônio. Da idéia à realização existe uma grande distância e por isso muitos desistem no caminho. Não é fácil realizar uma grande idéia, ainda que ela seja mesmo muito boa.

As pessoas que sabem acumular riquezas simplesmente se educaram para isso. Milionários não surgem por acaso nem por geração espontânea. Com exceção dos sortudos que acertam a Mega Sena e dos corruptos, os milionários que construíram a própria fortuna são produto de uma educação especial e muita disciplina. Por alguma razão ainda não totalmente clara, o número desses acumuladores de riquezas está aumentando em muitos países – inclusive no Brasil.

Submeter-se a riscos é equivalente uma rua de mao dupla, podemos perder ou ganhar. Atualmente, ser empregado é tão ariscado quanto ser empreendedor. Perder o emprego é correr risco? Como um assalariado comum, perseguido pelo imposto de renda, inflação, trabalhando para os outros com possibilidades de perder o emprego e com probabilidade do salário nunca suprir nossos gastos. Isso tudo não já seria um risco? Vivendo e ganhando como um assalariado nossa situação financeira na maioria dos casos já é uma droga. Então, que diferença faz se ficarmos um pouco mais pobre na tentativa de nos tornarmos mais rico?

Passamos uma vida inteira trabalhando até atingir a idade de aposentar. Quando chegamos na idade de aposentadoria percebemos que nos resta viver com um salário mínimo ou salário máximo definido pelo INSS-Instituto Nacional de Seguridade Social. Isso não é grande coisa para garantir uma velhice com qualidade de vida. Vivenciamos essa situação, porque fomos condicionados a viver em torno do salário como sustentação principal de nossas vidas.

A prática do empreendedorismo no Brasil está cada vez mais evidente , pois a inclusão da educação empreendedora na grade curricular revela-se como opção de carreira, frente às dificuldades sócio-econômicas que assolam o país e reduzem as oportunidades para aqueles que querem ingressar no mercado de trabalho. Portanto, ser empreendedor ainda é um sonho para muitos, mas no futuro próximo poderá ser a única opção de trabalho. Sendo assim, escolas e universidades estão cada vez mais adotando a disciplina empreendedorismo com o objetivo de encorajar pessoas a assumirem riscos.

4 comentários:

  1. Direta e incisiva ao criticar, mesmo que indiretamente, nosso sistema educacional: anacrônico, prolixo e sem resolutividade para a vida a posteriori. Empreendedorismo, Direito Básico, Saúde Básica, dentre outras, são cadeiras que nos tornariam indivíduos muito mais habilitados para viver nas agruras do mundo real. Muito mais que o lenga lenga filosófico e sem começo nem fim de certas disciplinas que acrescentam pouco, senão nada, na formação cultural e profissional de muitos que já vem tão deficitários das porções mais primitivas do ensino.

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  2. Pedro,

    Obrigado por ler meu texto. A grande maioria dos alunos pensam na universidade como um meio de arrumar um emprego. Bem, que poderiam nos avisar antes. rss Para a universidade ciência e $$ não andam juntos. A maioria dos cientistas não são motivados pelo $$ e estão dedicados a questões clássicas da existência humana. Igual aos filosófos gregos questionando a realidade, a existência da vida. Na prática não funciona assim... Você conhece algum pesquisador, professor ou cientista brasileiro que faça palestra gratuitas na praça pública?

    A busca do conhecimento está vinculada a responder com mais precisão as perguntas clássicas tais como: “o que nós somos?” “De onde viemos?”, “Qual o sentido da vida?”

    Ao sair da faculdade vamos para a ''batalha'' buscar meios de sobreviver. E aí a teoria acadêmica nos ajudou em que? Discutir coisas profundas não paga nossas contas e não nos emprega. De que adianta o conhecimento sem transformá-lo.

    Para quem vive em laboratório é ótimo, mas os professores acham que todo estudante pretende virar ''doutores''?

    È interessante ter essa visão critica, mas qual a aplicabilidade e praticidade dessas questões no nosso dia-a-dia? Se algum professor for discutir sua tese em praça pública com certeza será taxado de louco e poucos o ouvirão. Quantas pessoas se importam com temas profundos? È por isso que pus esse nome no meu blog. rss

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  3. Aquela coisa, sorvetes são bons, liberam neurotransmissores prazerosos, mas nem de longe dão "sustança" ao corpo como o bom e velho arroz com feijão haha

    Ah! Belo blog, belos textos. =D

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  4. Não seria mais prático ensinar ao aluno coisas que aplicamos e vivenciamos na prática? È por isso que temos muitos profissionais decepcionados com o mercado de trabalho, indecisos e insatisfeitos com o trabalho.

    Acho que ficar dizendo que ''trabalho por amor'' ou o ''$$ vem como consequência da dedicação e amor ao trabalho.'' Essas frases conveveram muita gente e muitas ficaram decepcionadas.
    Para os professores o conceito de universidade vinculado a busca pelo conhecimento sem estar associado ao lucro. Fizeram deles vitimas dessa filosofia. No Brasil, o prof. é totalmente desvalorizado. As pessoas associaram o ato de educar com amor, mas sem $$.
    O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) disse ''Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro''. ''Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro.''

    Se os filosófos gregos ficaram palestrando seus conhecimentos e teorias ao povo em praça pública...Tudo bem foi escolha dele viver assim, afinal alguém deveria oferecer para ele comida, abrigo e roupas. Daí encutir que o conceito de universidade é pregar o conhecimento sem esperar nada em troca em termos de finanças...é um exagero!!!

    A universidade prepara seres humanos que precisam prover seu sustento, através do trabalho.

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