terça-feira, 11 de outubro de 2011

O computador na educação

Atualmente a educação está mediada pelas tecnologias de comunicação. Diante de um mundo em transformações políticas, econômicas, sociais e tecnológicas faz-se necessário mudar as práticas educacionais. Neste contexto o papel do docente assume um outro caráter exigindo engajamento com a realidade, interarividade, criatividade, afetividade, além da formação profissional do professor. Para a docência, online e/ou presencial é fundamental integrar a transformação social ao surgimento das tecnologias.

A concepção tradicional de educação baseada numa aprendizagem, através da memorização e reprodução dos conceitos ditados pelo professor diverge da interatividade, mediada pelas tecnologias. A docência online se ampara na idéia de interatividade dos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem fundamentando-se na participação-intervenção. Educação online é trabalhar com a diversidade das idéias, velocidade de informações e reflexões que circulam no AVA- Ambiente de Aprendizagem Virtual. A docência online requer do professor dinamicidade de pensamento para lidar com tecnologias digitais, pois a comunicação interativa exige uma prática pedagógica coletiva e participativa. Essa participação de todos é que criará possibilidade para a construção coletiva e colaborativa do conhecimento. A relação homem x máquina exige um novo pensar a respeito do papel professor/aluno e da transmissão do conhecimento.Assim, percebe-se que os ambientes virtuais proporcionam um cenário de construção do saber contínuo.

A educação continuada nos remete uma busca pelo significado da vida, demarcada pelo cotidiano, pelo trabalho, pelas relações sociais, pelo número de vezes que nos sentimos perdidos, inconformados e desamparados pelas incertezas e transformações do mundo moderno. Vivemos numa sociedade em que não precisamos mais procurar os meios de comunicação, eles nos encontram; somos todos localizáveis. Estamos todos à disposição do conhecimento, da informação, mesmo quando não estamos dispostos.

As tecnologias aplicadas ao ensino provocaram um encantamento positivo, quando se visualiza novas possibilidades em promover uma educação sem fronteiras. Esse aspecto só agrega vantagens quando olhamos ofertar educação a todos, por outro lado corremos o risco da alienação e crença ilimitada que isso é o suficiente para educar e formar pessoas. Devemos estar atentos ao papel fundamental da educação, que é transformar pessoas, tal princípio está também relacionado a melhorias na condição da vida humana em mundo cada vez mais globalizado e competitivo.

Vivemos uma era marcada pelos avanços tecnológicos em todos os setores, inclusive educação, cabe fazermos uma alusão ao filme Matrix e o cenário de aprendizagem no AVA. Sem dúvida, o modelo de ensino imposto pelas tecnologias digitais promove a educação que liberta. Tal princípio gera mais opinião crítica e capacidade de formular juízo de valor. O crescente desenvolvimento da cultura tecnológica discute o papel da educação na formação de pessoas tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos à distância. A educação através das mídias conectadas é um processo irreversível e estará cada vez mais presente em nosso cotidiano. O uso de tecnologias na educação potencializa o aprendizado, pois permite que o educando tenha autonomia para construir seu conhecimento com liberdade.

As tecnologias de comunicação e informação também podem nos escravizar exercendo formas de controle do pensamento. Atualmente, somos submetidos as mais diversas formas de comunicação: livros, jornais, revistas, TV, internet, alunos, professores, tutores, etc. E uma pergunta sempre paira na mente do aluno. O que é real teoria ou prática? Os conceitos lidos nos livros referem-se ao cotidiano? A imagem, texto ou vídeo na publicado na internet é verdade ou mentira? Terei emprego após sair da escola? Qual meu papel na sociedade? Qual o papel da escola nesse meio de conexões que a tudo e a todos envolve? O que fazemos quando ensinamos nossos alunos? Ensinamos a importância de sermos controlados? A escola nos desperta para lucidez e compreensão da realidade do meio em que vivemos?

A revolução das comunicações tem alterado profundamente a vida dos seres humanos. Vivenciamos o período de grandes banalizações, trivialidades e superficialidade. Muitas pessoas utilizam a expressão virtual para designar algo que não existe. Se a maioria das pessoas que ingressassem nos cursos online começassem a ter dúvidas sobre a realidade, talvez chegasse a entender como o sistema funciona. Vivemos imersos em informações e as notícias circulam em tempo real. Estamos ligados ao que acontece na internet, nos tornamos consumidores de informação e conhecimento que tentam nos convecer sobre algo, pessoas, produtos, serviços, economia, política, roupas, sapatos, mercado de trabalho, comportamentos, hábitos e uma infinidade de tendências que acontece nos mais diversos lugares. Essa globalização de texto, imagem e som ao invés de nos esclarer nos torna confuso para compreender a realidade da informação e dos fatos. O computador passou a ser um meio de comunicação poderoso, pois está presente diariamente em nosso cotidiano. Usamos para entretenimento, trabalho, educação, noticiário, relação social, etc. Todas essas ações que praticamos, através do computador acontece no meio virtual. As pessoas expressam o termo ‘’virtual’’ como algo fora da realidade, o que se opõe ao real. Um dos mais conhecidos autores a tratar do tema é o francês Pierre Lévy. Em seu livro "O que é o virtual?", ele define:"o virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual.

As tecnologias de informação e comunicação aplicadas ao ensino tem o papel de instigar no aluno questionar a realidade e o que se passa a sua volta. A sociedade passa por um processo de mudança do puro capital para o capital intelectual. O ser humano passa a ser um agente de valor para a solução de desafios decorrentes da globalização e suas transformações. O conceito de capital humano corresponde a capacidade de trabalho associado a sua formação educacional e profissional. Portanto, diante dos avanços tecnológicos precisamos formar pessoas conscientes de suas escolhas: livres ou escravas do sistema.

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