sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O poder e o valor da imagem pessoal- Você é ou parece ser?


Quem sou eu? Ahh essa é minha foto num evento que promovi em um grande hotel no Rio de Janeiro. Foi uma festa a fantasia em Junho de 2010. Sou uma empresária bem-sucedida no ramo de entretenimento. Estudei música e dança em Londres. Adoro imagens de fotos em preto e branco, pois realça  minha beleza. Por isso, escolhi essa foto para apresentar-me bem aos olhos de quem  vê. Já realizei vários eventos no Brasil. Meu ramo são festas temáticas. Já fiz festas para vários famosos. Não posso citar nomes para preservar a identidade dos meus clientes. Não acredita? Então, olhe bem em meus olhos e veja se estou mentindo.

São elementos integrantes da imagem pessoal cabelo, vestuário, acessórios, jeito de falar, comer, sentar, andar, rir, etc. Tudo que se refere ao lado visual compõe nossa imagem. Esse pacote de informações visivel ao olho dos outros formam a nossa aparência. Em muitos casos essa aparência serve de cartão de visita ou cartão de saída. Em muitos casos pela aparência podemos ter acesso a vários grupos da sociedade. A nossa imagem pessoal é capaz de incluir ou facilitar o acesso a diversos contatos pessoais. Aceitando ou não toda pessoa é julgada por quem a vê. Estudos indicam que 55% da primeira impressão que as pessoas têm de você é baseada em sua aparência e ações, 38% em seu tom de voz e 7% no que você diz, demonstrando assim que somos criaturas visuais. Susan Nanfeldt, "Plus Stile: Guide to Looking Great" (Nova Iorque: Plume Book, 1996), p. 11.

Atualmente, vivenciamos o culto a imagem, ao belo, compostura, sucesso, competência, fama, dinheiro, dentre outros. Não basta ter um currículo repleto de especializações e experiências. No mundo competitivo, globalizado repleto de tendências e novos valores  temos que ‘’ser’’ ou ‘’parece ser’’ antenados com o meio em que vivemos para não sermos excluídos do filtro seletivo da sociedade. Se passarmos uma imagem de competente, vitorioso, rico, famoso, etc e parecer como tal as pessoas vão acreditar nessa imagem transmitida. Se passarmos a imagem de inseguro, incompetente ou desleixado com a aparência as pessoas vão acreditar nessa imagem. A mente humana está condicionada a enxergar pessoas bem-vestidas, de boa oratória, educadas, gentis, etc como pessoas bem-sucedidas de boa índole. Geralmente, algumas pessoas utilizam desses artíficios para conquistar um emprego sem apresentar muito contéudo e conseguem. A primeira impressão fica, e se bem-feita é capaz de durar algum tempo. Afinal, como diz o ditado ‘’um dia a máscara cai’’.

Não podemos viver eternamente de aparências e muito menos sermos julgados exclusivamente pela aparência. Há dois casos no Brasil de como a aparência é importante para nossa sociedade. Um deles é do falso Coronel que chegou a cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Carlos Sampaio, considera sua proeza em criar uma pseudo-imagem como dom. Ele era aficcionado por temas de segurança e manuais de polícia que chegou a estudar o assunto para dar mais credibilidade a sua ''experiência''. Desde criança sonhava em seguir a carreira militar,mas nunca conseguiu ser aprovado no teste do Exército. Como não conseguiu realizar seu sonho resolveu vivê-lo, através de um personagem inventado. Criou um personagem cheio de experiências em segurança militar e criou um projeto de patrulhamento nas ruas do Rio de Janeiro. Com tanta ‘’experiência’’ e implantação do projeto ele ganhou popularidade, através da divulgação de seu próprio projeto. A farsa durou três meses. O militar que nunca existiu, mas que conseguiu enganar muita gente aplicou a arte da eloquência.  Para ele, o motivo das pessoas acreditarem  está na forma como você se coloca e o que você coloca e se tiver representatividade as pessoas acreditarão em você.

A história do falso coronel lembra a do estelionatário que ficou famoso por se passar pelo filho do dono de uma grande empresa aérea. O caso foi retrado no filme, Vips. Marcelo Nascimento da Rocha, o mais famoso estelionatário do Brasil, diz que seu dom de persuardir deve-se a seu jeito esperto e articulado. Assim, como o falso coronel, Marcelo Nascimento estudava e pesquisa muito antes de aplicar seu golpe. A sagacidade e perpicácia são suas armas para convencer pessoas. Através da imagem pessoal ele identifica se a vítima poderá cair ou não no seu golpe. Uma de sua armas é ficar atento ao que a vítima fala, pois responderá o que ela quer ouvir. Segundo ele, o mundo dos Vips é podre, cheio de falsidade e as pessoas vivem de aparência. Quanto a falsidade ele questiona. O que é ser falso? Falso é você ser passar por uma pessoa ou falso é quem lhe trata bem achando que você é alguém?

No filme Prenda-me se for capaz é baseada em fatos reais de um famoso falsário que aplicava golpes em companhias aéreas, bancos, hospitais e enganava qualquer um quando bem entendesse. Existe uma linha tênue que separa a mentira do golpe. A mentira em geral é algo que você conta para esconder algum fato que pode te prejudicar. Como quando você pede para sua secretária dizer que você não está no escritório. O golpe de fato é aquele que você planeja, que você executa, em que você busca obter algum lucro. Porém, uma mentira pode prejudicar uma pessoa.

O crime do colarinho branco, no campo da criminologia, foi definido inicialmente pelo criminalista norte-americano Edwin Sutherland como sendo "um crime cometido por uma pessoa respeitável, e de alta posição (status) social, no exercício de suas ocupações". No Brasil esse termo define o ato delituoso cometido por uma pessoa de elevada respeitabilidade e posição sócio-econômicos e, muitas vezes, representa um abuso de confiança. Duas características são marcantes nos chamados "crimes do colarinho branco": a privilegiada posição social do autor e a estreita relação da atividade criminosa com sua profissão. Alguns casos ficaram famosos no Brasil, entre eles, o do banqueiro Salvatore Cacciola responsável pelo escândalo do banco Marka, do qual era controlador. Outro caso é o do empresário Pedro Paulo de Souza, ex-proprietário da falida construtora Encol que quebrou, deixando 45 mil mutuários sem casa.

Somos cada vez mais uma sociedade visual e a imagem pessoal tornou-se de fundamental importância para o sucesso em todas as áreas de trabalho. O nosso visual é resultado das nossas caracteríticas pessoais. A linguagem corporal representa 93% da comunicação visual. Pesquisas indicam que são necessários apenas 30 segundos para formarmos uma primeira impressão de alguém. Neste curto espaço de tempo, qualidades como personalidade, origem, humor, nível de sofisticação e autoconfiança são analisados, facilitando ou não nossa interacção com os outros. Qual a imagem desejamos projetar? Alguém que sou  ou a que pareço ser?

















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