quinta-feira, 18 de agosto de 2011

We want you



Cresce o número de estrangeiros que vêm trabalhar no Brasil. Existem dois fatores que contribuem para esse aumento surpreendente de estrangeiros em nosso país. Um deles é a crise econômica mundial e a falta de mão-de-obra qualificada em alguns setores da economia brasileira, em especial na indústria de petróleo e gás. Há também estrangeiros atuando em setores de serviços tais como: turismo, em função do aumento dos cruzeiros marítimos pela costa brasileira, professores e cientistas, devido as exigências mundiais na preocupação com o meio ambiente e investidores que compram imóveis para construir hotéis, pousadas e restaurantes no Nordeste brasileiro.

O crescimento da economia brasileira faz com que empresas importem máquinas, equipamentos e tecnologia. Devido a falta de mão-de-obra qualificada para implementação de novas tecnologias nas empresas o governo incentiva a vinda de mão-de-obra externa. O maior volume de investimentos do País está no setor de petróleo e gás, sendo assim o governo pretende atuar de forma mais intensa na formação de técnicos, geólogos, marinha mercantil, dentre outras profissões ligadas na atuação do pré-sal.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego-MTE apontam que a maior quantidade de estrangeiros interessados a trabalhar em nosso País são os Americanos, Filipinos, Ingleses, Indianos e Alemães. Geralmente, os estrangeiros disputam cargos de alta gerência com salários em torno de R$ 12 mil reais ou mais. O perfil dos estrangeiros interessados a trabalhar no Brasil são pessoas com altíssimo nível de qualificação e experiência na área.

Com a crise econômica de 2008 vários brasileiros que viviam no exterior estão voltando à Pátria amada. Trabalhar ou estagiar no exterior para muitos brasileiros significa atuar nas áreas de cozinha, recepção, bar, restaurante, au pair, garçom, bartender, ajudante de serviços gerais, promotor de eventos e demais atividades que aqui no Brasil são consideradas subprofissões com baixo salário. O retorno desses brasileiros não implica que eles encontrarão vagas no mercado de trabalho, pois eles não compõem a mão-de-obra qualificada nos setores que a economia brasileira exige. Além disso, muitos brasileiros que foram tentar o ‘’sonho americano’’ ou migrar a trabalho para outros países são trabalhadores com baixo nível de escolaridade e alguns com nível superior. Em ambos perfis de trabalhadores, a maioria costuma ocupar no exterior postos de trabalho que requerem baixa ou média qualificação.

O Brasil, por não possuir uma boa política de educação não previu o rápido crescimento de nossa economia. Diante da escassez de profissionais qualificados nos setores de energia, transportes, petróleo, naval, siderurgia, dentre outros temos que recrutar os estrangeiros. A escassez de profissionais não significa que o brasileiro não tenha potencial ou competência. O problema é que não temos profissionais suficientes em qualidade e quantidade. Como a economia está crescendo a um ritmo acelerado não teríamos condições para esperar a formação de profissionais.

Somos um País emergente e diante do crescimento econômico percebemos a fragilidade da nossa educação. Enquanto, os ‘’gringos’’ vêm ao Brasil disputar altos cargos de gerência nas empresas, nós íamos para lá disputar vagas nas áreas da cozinha, recepção, etc. Quantos brasileiros ocupam posições destaques em cargos de alguma companhia no exterior? Quantos brasileiros já foram barrados nos aeroportos de países desenvolvidos?

A dificuldade para um brasileiro trabalhar no exterior nas áreas que exigem maior conhecimento técnico não é fácil. São muitas as dificuldades e as exigências para um brasileiro atuar no exterior em um setor de maior qualificação.Alguém lembra do drama dos dentistas brasileiros que lutavam para trabalhar legalmente em Portugal? Diante da falta de mão-de-obra qualificada os títulos acadêmicos dos Americanos, Filipinos, Ingleses, Indianos e Alemães não sofrerão tanta exigência quanto os títulos acadêmicos de brasileiros que tentarão atuar no exterior. A vinda de estrangeiros, ainda é ínfimo se comparado ao tamanho da população. Por enquanto, esse aumento de estrangeiros no Brasil não ameaça o emprego dos brasileiros. Por outro lado, nada impede que as empresas busquem no exterior profissionais qualificados de que necessitam, porque não encontraram aqui.

A busca por mão-de-obra externa é reflexo da deficiência do nosso sistema de ensino, o curso de engenharia foi o que menos recebeu estímulo nos últimos anos. A carência de profissionais técnicos é notável em diversos setores da economia brasileira. A tendência é se agravar nos próximos anos, em razão dos investimentos previstos nos setores de habitação, saneamento, transportes, energia, meio ambiente, turismo e tecnologias.

Logo, contratar profissionais externos é um paliativo. Investir em educação é essencial para o crescimento de nossa economia. È o cidadão brasileiro quem deveria construir e ajudar no desenvolvimento de seu País. Acredito que muitos brasileiros sintam-se ressentido ou envergonhado em ver algumas vagas de trabalho ocupado por estrangeiro. O Brasil nunca foi xenofóbico e não é agora que vai ser. Afinal, quem provocou essa situação foram nossos governantes que nunca reconheceram a importância de investir em educação. Não faz sentido discriminar os estrangeiros. Devemos exigir que os governantes invistam em educação para a situação não se agravar nos próximos anos. Infelizmente, não temos profissionais suficientes, então resta-nos dizer aos estrangeiros Welcome to Brazil!!

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