segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Redes sociais influenciam nos processos seletivos das empresas

A Pesquisa Internacional de Mercado de Trabalho realizada pela empresa de recrutamento Robert Half afirma que 44% das empresas brasileiras desclassificam o candidato pelos aspectos negativos encontrados em redes sociais. Apenas 17% das empresas não se deixam influenciar pelas redes sociais. O processo de recrutamento no Brasil está se tornando cada vez mais parecido com o processo de recrutamento dos EUA.

 Segundo a pesquisa, 36% das empresas brasileiras analisam em um currículo a experiência profissional do candidato; 29% delas buscam as qualificações profissionais, que seriam adquiridas em trabalhos anteriores, e 13% conferem primeiro a formação do candidato. Informações negativas ou fotos inadequadas nas redes sociais podem desclassificar o candidato. As empresas sempre buscam aspectos profissionais. No entanto, são considerados alguns aspectos pessoais, pois as empresas tentam procurar pessoas que se identifiquem com sua filosofia organizacional.

No Facebook e orkut são observadas informações pessoais. Para os psicólogos as informações disponíveis nestas comunidades revelam um pouco mais da personalidade do candidato. As fotos e o que escrevem na comunidade revelam coisas que na dinâmica do grupo não são detectadas. Já no linkedin são encontradas informações profissionais tais como: experiência e cargos anteriores. Geralmente, as empresas analisam os perfis dos candidatos nas diferentes redes sociais, a fim de verificar coerência de perfis e temas discutidos pelos candidatos. As empresas utilizam as redes sociais para obter mais assertividade na seleção dos candidatos.

A capacidade de se comunicar com qualquer pessoa ou discutir determinados assuntos também é considerado ao analisar o perfil do candidato. Isso revela aspectos pessoais e profisionais de como o candidato se comporta e defende suas idéias no ambiente virtual. Fazer parte de comunidades tais como: odeio meu chefe, odeio acordar cedo, odeio meu trabalho ou comunidades preconceituosas soam mal ao serem analisdas pelas empresas. Além disso, comunidades do tipo: adoro beber, adoro festas, adoro sexo, etc. ou algo que indique a pessoa ser usuário de drogas também podem pesar na descalssificação do candidato.

Segundo psicólogos, a super exposição da vida pessoal nas redes sociais indica se a pessoa é adequada ou não para ocupar determinados cargos. Todas as informações postadas nas redes sociais são avaliadas pelas empresas. Porém, isso não é o único meio de analisar um currículo, é apenas um complemento para ajudar encontrar a pessoa certa para determinda atividade.

As redes sociais servem de visão geral do comportamento do candidato. As pessoas que posseum blog tendem a ser pessoas com boa capacidade analítica, senso crítico e capacidade de comunicação. Essa relevância que muitas empresas vêm dando as redes sociais pode criar no futuro ‘’fakes profissionais’', pois a partir do momento que passamos a ser supervisionados ou fiscalizados mudamos de comportamento. O ser humano é complexo demais para ser analisado por meras opiniões ou imagens.

A rede social é vista por muitos como meio de entretenimento aqui e acolá podemos escrever palavrões, fazer piadinhas, escrever errado, desabafar, criticar ou revelar coisas que não temos coragem de dizer pessoalmente. No entanto, não temos como prever como isso será levado em consideração pelas empresas. Será que existe limite da influência da rede social no processo de seleção?  Ser uma pessoa politicamente correta nas redes sociais é perder a naturalidade, pois  seremos ''vitrines'' 24h  disponível ao mercado de trabalho. Consciente ou inconsiente as redes sociais passam a ser uma extensão da nossa vida. Em muitos casos podemos relatar nossa vida real ou imaginária.  Nós usamos a web para expressar nossos sentimentos e opiniões tanto na vida pessoal como profissional. Algumas vezes podemos ser sinceros ou não.

Sabemos que boa parte dos internautas mentem. Segundo pesquisas realizadas pela  Universidade de Virgínia (Estados Unidos), cerca de 80% dos usuários de internet mente virtualmente. As mentiras existem em salas de bate papo, sites de namoro e redes sociais. Muitos participam de algumas comunidades para impressionar amigos e demais pessoas. Alguns ingressam em comunidades para demonstrarem ser uma pessoa interessante, culta, esportista ou religiosa. Outros ingressam em comunidades por curiosidade a alguns temas ou conhecer pessoas ''diferentes''.

Muitas empresas tem obtido sucesso na contratação por meio das redes sociais. Por outro lado, não podemos negar que essa forma de seleção e recrutamento exclua pessoas por motivos pessoais. Uma vez que permite de maneira mais prática e rápida unir aspectos pessoais e profissionais que favorecerão ou não para a futura contratação. Será que pessoas integrantes da comunidade odeio meu chefe, odeio acordar cedo, adoro beber, adoro festas, etc. tendem a ser menos responsáveis com o trabalho? Se em uma das comunidades algum candidato revelar ser alcoólatra, usuário de drogas, homosexual ou ninfomaníaco isso pode influenciar na contratação?  Afinal, nas redes sociais as pessoas expõem suas preferências, experiências, opiniões, imagem, etc. Acredito que algumas empresas devam separar aspectos pessoais irrelevantes na atividade a ser exercida. Por outro lado, nada impede de uma empresa excluir determinados candidatos pelo aspecto pessoal.

A capacidade profissional do ser humano não pode ser avaliada somente por imagem, opiniões ou preferências. Se apenas tivesse a imagem do físico Stephen Hawking alguma empresa brasileira o contrataria? È bem provável que não, pois a cultura brasileira exige profissionais em perfeita condição física. Se  tivessémos o hábito de contratar deficientes físicos não precisaríamos de uma lei obrigando as empresas brasileiras destinar cotas aos deficientes físicos.   Se uma pessoa demosntrar na rede social que padece de algum vício, doença ou deficiência física é provável que seja desclassificado de alguma seleção.

Como toda regra há exceções e as empresas nem sempre acertam na escolha de seus profissionais. A escolha de um profissional é medida por indicadores que apontam se determinada pessoa é adequada para trabalhar na empresa.  Alguns indicadores aplicados por psicólogos  camuflam o brilho profissional de muitas pessoas. Já pensou como seria analisado o perfil do matemático Jonh Forbes Nash, portador de sintomas psicóticos. Apesar da doença atuou como professor e ganhou prêmio Nobel de Economia. Seu drama foi retratado no filme Mente Brilhante. Alguma instituição de ensino brasileira o contrataria para dar aulas? Portanto, nas redes sociais nem tudo que reluz é ouro.

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