sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Violência: De onde vem o mal? Parte II


No filme Clube da luta , é retratado um modelo de rapaz bem-sucedido na profissão que navega pela internet para fazer compras, tem um um bom emprego e usufrui do dinheiro adquirindo móveis. Porém, nada disso parece lhe satisfazer. O filme faz uma critica ao consumismo e o personagem vive um conflito entre o ter e o ser. O filme retrata estarmos presos a um padrão ditado pela sociedade. Esse padrão seria uma outra fora de violência, a psicológica, pois a cada dia somos bombardeados pelos meios de comunicação que nos leva ao consumismo, modismo, fama, etc. O modelo de rapaz bem-sucedido sofre de insônia, mas para curá-la convive com pessoas com problema bem pior do que o dele. È aquele ‘’conforto’’ que precisamos saber que existem outras pessoas em situação bem pior que as nossas. A violência abordada no filme é uma forma de terapia para lidar com nossos conflitos. Só que esse conceito de terapia vira ‘’moda’’ e formam-se vários clubes da luta clandestinos espalhados pela cidade.

Até então, as causas da violência eram vistas sob a ótica do problema social e o que dizer de pessoas que levam uma vida aparentemente normal cometer atos de violência? Será influência dos meios de comunicação, sociedade, amigos ou loucura? Diante desse contexto podemos abordar o filme Assassinos por Natureza que de certa forma faz uma analogia entre as arenas romanas e a TV, onde a violência serve de entretenimento. Este filme critica a violência na sociedade como alvo de notícias sensacionalista. Enfim, são filmes que retratam a violência sob diferentes aspectos, até que ponto a mente do ser humano consegue diferenciar realidade x imaginação. Os filmes, jogos, brinquedos, etc poderia influenciar nossa mente a cometer atos violentos?

Para Philip Zimbardo, Ph.D em psicologia e professor da universidade de Stanford a situação é que exerce a maior influência nos casos de crueldade, dezenas de outros cientistas revelaram com experiências que um conjunto de fatores tendem a produzir o desligamento da empatia. Sentimento de pertencer a um grupo, ordens pouco específicas e estresse também colaboram para o aparecimento da maldade. Todos esses fatores e outros estavam presentes na tortura cometida por soldados americanos contra iraquianos na prisão de Abu Ghraib Para a pesquisadora americana Susan Fiske, Ph.D em psicologia pela universidade de Princeton, não apenas os torturadores, mas os comandadntes permitiram uma situação propícia para a maldade.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, filósofos e sociólogos afirmam que os absurdos praticados durante o Holocausto só foram possíveis, porque os agressores viam nas suas vítimas apenas animais repugnantes ou objetos. Nos estudos de Fiske, através de scanners cerebrais foi mostrado aos voluntários imagens de indivíduos de baixo status social, como mendigos, viciados, imigrantes, etc. Ao verem essas imagens os voluntários ativaram padrões cereberias relacionados à visão de objetos e não aqueles ativados ao vermos seres humanos. Nesse caso a empatia não funcionaria para prevenir uma agressão. Para a psicóloga, isso explica o que acontece dentro da cabeça de pessoas que agridem mendigos ou que se deixa levar por um preconceito estimulado por teceiros para praticar torturas e genocídios. Os discursos e a opinião do grupo dominante podem influenciar pessoas a praticarem a violência. Segundo, Fiske o ambiente modifica a forma como as pessoas percebem as outras.

Para os psicológos o importante é tratar da sociedade, pois para eles quando crescemos no meio da pobreza tudo ao redor nos força a fazer coisas más. Uma equipe de especialistas monitora grupos ‘’desumanizados’’ em vinte países, o Brasil não participa da pesquisa. A pesquisa visa identificar estratos sociais que estão se tornando vítimas de preconceito, pois a intenção é criar ações de prevenção. Já Zimbardo acha que o melhor caminho é ensinar pessoas com empatia alta a influenciar os outros para se voltarem contra a violência.


Trechos das frases do filme Cluba da Luta ‘’A propaganda põe a gente pra correr atrás de carros e roupas. Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis. Somos uma geração sem peso na história. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Guerra Mundial. Nós não temos uma Grande Depressão. Nossa Guerra é a espiritual. Nossa Depressão são nossas vidas. Fomos criados através da TV para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock. Mas não somos. Aos poucos tomamos consciência do fato. E estamos muito, muito putos. Você não é o seu emprego. Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco. Nem o carro que dirige. Nem o que tem dentro da sua carteira. Nem a porra do uniforme que veste. Você é a merda ambulante do Mundo que faz tudo pra chamar a atenção. Nós não somos especiais. Nós não somos uma beleza única. Nós somos da mesma matéria orgânica podre, como todo mundo. ‘’
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário