quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Violência: De onde vem o mal? Parte I


Violência ou bullying são sinônimos para descrever ato de violência física ou psicológica. Nos últimos anos percebemos o aumento acentuado da violência na sociedade. Ela está presente nas ruas, nas escolas, empresas e nas famílias. Os motivos desse mal são os mais diversos: desrespeito, crises de raiva, crises mentais, maus-tratos na infância, desigualdade social, etc.Para um grupo de cientista a maldade pode ser um deficiência cerebral. Já, outro grupo de especialistas afirma, que o meio ambiente pode levar as pessoas a serem cruéis.

Talvez, inspirados pelo filme Laranja Mecânica, cientistas tentam encontrar a cura da maldade. Pesquisadores da Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra buscam traçar o mal dentro do ser humano. A ciência encontrou áreas cerebrais envolvidas no controle da maldade, genes relacionados a crueldade que em determindas situações é libertado. Estudos mostram que por trás daquela dificuldade de se conter em partir para a briga em discussões, pode existir uma falha em alguma região cerebral. As pesquisas mostram que fazer o mal pode não ser uma questão de livre-arbítrio. Simom Baron-Choen, Ph.D em psicologia e professor da Universidade de Cambridge, defende que as pessoas fazem atos de crueldade não porque escolheram, mas porque apresentaram uma deficiência no cérebro.

Segundo, cientistas existe em nosso cérebro um mecanismo apontado como vávula de segurança contra a maldade. A empatia é a capacidade natural que temos de identificar o que outra pessoa está pensando ou sentindo. Um exemplo da empatia ativada é quando choramos ao ver um filme triste. È essa habilidade que atua quando freiamos um instinto de agredir alguém indefeso ou impedimos um terceiro de agir, pois prevemos o sofrimento da vítima. Alguns cientistas definem a maldade como falta de empatia. Estudos mostram que a empatia não é apenas um conceito filosófico, mas pode ser localizada dentro da massa cerebral. Baron-Choen, define algumas regiões cerebrais de ‘’circuito da empatia’’. Quando há lesão em áreas como córtex pré-frontal medial perdemos as reações involuntárias ao presenciar cenar fortes. Isso sugere que a dor do outro perca  importância. Existem pesquisas mostrando as conexões cerebrais e sugerindo que um mecanismo do cérebro é ativado para que, de alguma forma, também possamos sentir dentro de nós as emoções que presenciamos. Esse mecanismo de identificação nos leva a considerar o sentimento dos outros ao tomarmos qualquer atitude. Fatores como stress, álcool, e cansaço diminuem temporariamente a empatia.

Para que a vontade de praticar uma maldade não seja freada pela perspectiva de sofrimento do outro, é preciso que a empatia esteja bem baixa, o que normalmente não está ligado apenas a situação. Sob essa ótica cientistas ingleses criaram uma medida do funcionamento da empatia no cérebro, denominada quociente de empatia-QE. Através das ondas cerebrais foi percebido que quanto maior o QE, mais altas as chances de frear os impulsos de crueldade por ‘’sentir’’ a dor do outro. Nos psicopatas, por exemplo a empatia é zero. Eles não são contagiados pelas emoções alheias e não sofrem remorso. Há outros diagnósticos associados ao nível zero, as pessoas borderline são desreguladas emocionalmente e tendem a comportamentos agressivos.Um pouco acima do nível zero estão as pessoas que podem ser capazes de machucar as outras, mas sentirão remorso depois. È o caso de pessoas que explodem facilmente durante discussões, chegando à agressão. Nesse caso, o circuito cerebral não funciona suficientemente para inibir os impulsos violentos e a pessoa não percebe estar passando do limite. No nível ligeiramente acima, a pessoa freia a violência, mas não naquelas situações constrangedoras em que alguém faz comentários do tipo como ‘’você engordou’’, e não percebe que pode deixar o outro chateado.

O nível de empatia não é determinado no nascimento. Ainda estão sendo pesquisados fatores sociais e sua interação com a genética. Os cientistas dizem que ter as variações genéticas não significa automaticamente que a pessoa será empática.

Apesar das descobertas genéticas, a maior parte das explicações para as causas da violência não está no DNA. De 60% a 80% das pessoas bordeline, existe o histórico de maus-tratos na infância, separação precoce dos pais ou rejeição na infância. De 40% a 70% dos borderlines sofreram abuso sexual na infância. Há inúmeras pesquisas que mostram que uma criança convivendo em um ambiente estruturado e com educação de qualidade tende a ser menos agressiva. O psiquiatra americano, Paul Soloff mostra que pessoas abusadas sexualmente na infância, por exemplo têm amígdalas cerebrais menores, menos matéria cinzenta no córtex temporal medial e uma região chamada hipocampo menor. Todas as áreas ligadas ao circuito de empatia.

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