segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Estou atrasado demais


  Muitas pessoas reclamam  que 24 horas não são mais suficientes para concluir suas atividades rotineiras. Geralmente, quem reclama que está com pressa costuma olhar o relógio a cada minuto e às vezes exige que os outros estejam também no mesmo ritmo. Trabalho em excesso, agenda cheia, internet, celular, tablet, helicóptero e GPS transformam o homem moderno numa espécie de coelho branco, personagem do filme Alice no País das Maravilhas. O homem moderno se comporta como o coelho branco. Sempre apressado, eternamente atrasado. A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico criou um sentimento de urgência, no qual poucos conseguem administrar. 



Temos a sensação de que é preciso estar sempre à frente em tudo para prevenir problemas tanto no âmbito pessoal quanto profissional. São muitas exigências para nos mantermos‘’bem-informados’’ e ‘’antenados’’ do que se passa ao nosso redor. Sendo assim, muitos precisam correr contra o tempo para fazer tudo ao mesmo tempo. 

A pressa é uma característica do mundo moderno. As pessoas apressadas desenvolvem um padrão de comportamento em que o próprio indivíduo transforma sua vida em um corre-corre sem fim, seja para produzir mais e ter mais retorno financeiro, seja para fazer várias coisas ao mesmo tempo. Geralmente, os apressadinhos demonstram sua agitação no modo de falar, andar e escrever. A escrita abreviada é um legado da internet, pois muitos não querem perder tempo digitando palavras. 


A pressa é uma espécie de superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno ter virado relógio de pulso e despertador. A ansiedade e a frustração afetam a qualidade do sono e da alimentação, isso pode acarretar uma série de doenças. O ritmo desenfreado tem mostrado suas consequências tais como: depressão, mau humor, dores musculares, fadiga, insônia e transtorno alimentares. 

Por outro lado, algumas iniciativas que privilegiam o bem-estar e a simplicidade começam a surgir. È o caso do movimento slow, desenvolvido pelo canadense Carl Honoré que desafia a cultura da velocidade, do excesso e da quantidade sobre a qualidade. A filosofia do movimento slow defende que tentemos viver no ritmo certo, privilegiando a qualidade, o equilíbrio e o bem-estar nos diversos setores da vida. Esse movimento é o começo de uma revolução cultural ,  uma mudança na forma como vemos o tempo e como lidamos com a lentidão e velocidade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário