sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Quanto custa viver de aparências?


 Nossa sociedade valoriza as aparências. Por outro lado, devemos entender as diferenças entre ter certeza de que nossa aparência poderá nos ajudar a alcançar determinados objetivos profissionais. Já  projetar uma imagem por causa da imagem em muitos casos pode sair bastante caro. No primeiro exemplo, quando a capacidade de conseguir um bom emprego e/ou conquistar cliente está em jogo a aparência apresenta-se como investimento. Ou seja, lhe traz algum retorno. No segundo exemplo, projetamos tentativas para subir na hierarquia social. Aparentamos fazer parte de grupo social que não é nossa realidade financeira. Fazemos isso para nos sentirmos importantes, poderosos e populares. Na maioria  das vezes comprometemos nosso orçamento para darmos prioridade as aparências.



Os sentimentos de impotência diante das demandas de consumo e a falta de influência no meio social podem levar pessoas com baixa autoestima a pagar mais por produtos e serviços. Certas atitudes, como ostentar grifes e/ou frequentar lugares mais caros para elevar a autoestima, podem melhorar o ânimo por um curto período, mas a longo prazo, aumentam os riscos de permanecermos em uma posição social desprivilegiada. Insistir nessa atitude nos tornará mais pobres e menos atraente. Ao invés de aumentar nossa posição estaremos regredindo na pirâmide social. 

Geralmente, os estereótipos raciais e culturais marcam a posição social de um grupo. Em muitos casos essas questões influenciam nossas decisões de consumo. Um estudo do psicólogo Aarti Ivanic, da Universidade de San Diego observaram diferenças na distribuição dos papéis sociais de acordo com a etnia, segundo ele alguns grupos estigmatizados, como negros estão dispostos a pagar mais caro por produtos/serviços como uma maneira de lidar com o sentimento de depreciação. A descoberta também sugere que pessoas em situação de opressão social podem gastar regularmente mais dinheiro do que o necessário. Em 2007, em um estudo feito pela Universidade de Nova York, pesquisadores constataram que as hipotecas oferecidas para negros interessados em comprar uma casa na cidade de Nova York tinham as taxas de juros mais altas do mercado. 


Manter as aparências custa caro. Uma das estratégias de vendas muito utilizada por prestadores de serviços baseiam-se nas aparências. Um exemplo clássico, são as borracharias muitas vezes as pessoas orçam o preço do serviço baseando-se em nossa aparência. Em situações assim, podemos cair no rídiculo. Ostentar grifes e pedir desconto são coisas que não combinam. Dificilmente você conseguirá desconto, pois esse é o lado negativo de viver de aparências.  Em muitos casos nosso visual já revela o quanto estamos dispostos a pagar. Sem dúvida, julgar os outros pela aparência não é um procedimento ‘’politicamente correto’’, mas indiretamente o cadastro do cliente é o meio mais conveniente de julgar nossa estirpe social. 

Todos nós somos potencialmente vulneráveis aos sentimentos de desvalorização social. Nossos sentimentos de frustação em relação a nossa condição social e problemas de relacionamento amorosos aumentam o risco de acumularmos dívidas. È preciso estarmos conscientes para transformar nossa aparência em ativo e não em passivo. Devemos lembrar que  a aparência não reflete nossa  realidade. Porém, há uma ideia de que pessoas preferem trabalhar e se relacionar com pessoas ‘’aparentemente bem-sucedidas’’. Ostentar bens e objetos de valor são maneiras de sinalizar seu próprio valor e sucesso. Se isso for uma prioridade, apenas não esqueça de inclui-lo em seu planejamento orçamentário. Afinal, quem come sardinha arrota sardinha e não caviar. 

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