segunda-feira, 12 de março de 2012

Não há workaholic na Bahia

 
Workaholic é um termo popularmente conhecido para designar pessoas viciadas em trabalho. A expressão importada dos EUA caiu na boca do brasileiro. Alguns se autodenominam workaholic para demonstrar ambição e gosto em executar suas atividades profissionais. Os outros que são de fato workaholic, talvez nem percebam que tenha essa ‘’doença’’. Afinal, a sociedade admira quem trabalha bastante.

Algumas pessoas enxergam no trabalho o sentido da vida, sendo assim algumas delas canalizam toda a sua energia para o trabalho. Geralmente, o trabalhador  age assim por dois motivos: primeiro gosta extremamente do que faz e não se importa em sacrificar o lazer e a família. Embora, a família o critique compreende que a dedicação ao trabalho lhe faz bem . Por outro lado, há pessoas que fazem do trabalho um escudo para fugir do convívio com a família e amigos. A insatisfação, os problemas familiares, a falta ou ausência de amigos restringem o convívio social. Nesse contexto, o trabalho é uma válvula de escape aos conflitos internos.  Embora, pareça estranho, a dedicação ao trabalho passa a ser a importante para preencher a lacuna familiar. Ser workaholic é afastar-se da família tanto nos bons e maus momentos. A paixão pelo trabalho ou  a insatisfação familiar nos distancia da vida pessoal.

A carga horária de um trabalhador oscila entre 35h e 40h semanais. Contudo, há profissionais que trabalham 12h e 14h por dia. Será falta de planejamento ou antecipação para concluir as atividades antes do tempo previsto? Há casos que a competição, a pressão por resultados forçam as pessoas a trabalhar além do limite necessário. Estudos comprovam que trabalhar demais pode prejudicar a capacidade cognitiva do nosso cérebro. Pessoas que trabalham 11h diárias demonstram habilidades mentais inferiores àquelas que trabalham 8h diárias. Geralmente, os problemas mais comuns são redução de raciocínio, dificuldade em compreender texto e memorizar. O estado de excitação provocado pelo estress compromete as funções imunológicas e a qualidade do sono. Um estudo das universidades da Pensilvânia e Havard com pessoas que dormiam de 4h a 6h durante 14 dias consecutivos mostraram um déficit de desempenho cognitivo equivalente ao de uma pessoa que ficou sem dormir por 03 dias. A pesquisa apontou que as pessoas tiveram problemas para fazer coisas básicas, como manter a atenção ou reagir a estímulos. Também tiveram reduzida a capacidade de solucionar problemas e criatividade. Pessoas nesse estado trabalham ainda por mais tempo, pois uma mente cansada processa devagar. Um conselho dos baianos: Não deixe para amanhã o que você pode dormir hoje!!

Trabalhar sob pressão não nos ajuda a ter boas ideias. Aqueles que protelam suas atividades para amanhã imaginando que quando o prazo aperta a coisa anda, é um erro pensar assim. Muitos trabalham dobrado para cumprir o prazo. Geralmente, o procrastinador adia tarefas importantes e desagradáveis de executar. O procrastinador prioriza as atividades agradáveis no trabalho.(Entende-se por atividades agradáveis no trabalho: tomar café, água, ver email pessoal, ir ao banheiro, almoçar, fofocar com os colegas de trabalho, arrumar as gavetas, procurar documentos, etc.).

Deixar tudo para última hora aumenta a incidência de um trabalho mal-feito. O procrastinador tem dificuldade em determinar quando começar, manter e encerrar suas ações em objetivos específicos. Não há evidências científicas, mas os pesquisadores Laura Rabin, Joshua Fogel e Katherine Nutter-Upham, da universidade de NY acreditam que a procrastinação está relacionada a uma falha no autocontrole em resistir aos prazeres imediatos. A pesquisa relacionou a procrastinação a problemas no córtex pré-frontal que é responsável pela organização de planos, objetivos e direções. Danos no córtex pré-frontal reduz a capacidade da pessoa filtrar as tentações que a distraem.


Será que a famosa preguiça baiana tem explicação no córtex pré-frontal? È fato que o baiano é um povo festeiro. Realmente, as festas ao longo do ano para muitos é uma tentação. Acabou o carnaval pensamos no São João. Acabou o São João  pensamos nas festas de final de ano seguidas  das lavagens do Sr. do Bomfim, Iemanjá,  Itapuã e carnaval. Desse jeito não há como existir workaholic na Bahia!!!


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