sexta-feira, 18 de novembro de 2011

EAD e a mercantilização do ensino superior



A transição do capitalismo para a globalização tornou o conhecimento uma moeda de valor supervalorizado. Atualmente, há um maior investimento em pesquisa, principalmente no que diz respeito a informação. A globalização aumentou a exigência de profissionais qualificados, isso fez com que surgissem várias instituições privadas, principalmente de ensino superior.

O mercado educacional está aquecido com o EAD. A cada dia surgem milhares de cursos oferendo conhecimento dos mais variados tipos e preferências. A expansão mercantilizada do ensino superior já em curso nos países periféricos e consolidada em outros países é sustentada por elementos ideológicos. A primeira base ideológica sustenta a necessidade da crescente expansão do ensino superior está inserida na idéia de ‘’aldeia global’’, pois a educação é o meio de incluirem os países periféricos. Outro elemento ideológico sustenta que a educação é o meio para reolver os problemas da humanidade, sem questionar o sistema capitalista mundial e a sua lógica de acumulação. Organismos internacionais defendem a difusão do ensino superior via EAD.

O conhecimento será o principal fator de produção da economia. Logo, todo indíviduo terá a possibilidade de ser o próprio meio de produção. Isso depende da aquisição de conhecimento centrada no indivíduo. Assim, esse processo no qual estamos vivenciando é uma revolução pós-capitalista interligada em redes.

A disseminação do uso das TICs favorecerá a integração dos países periféricos a ‘’aldeia global’’ defendendo o mercado livre e a sociedade civil ‘’parceira’’ do Estado. Este Estado reformado, deve impulsionar uma nova cultura através do empreendedorismo. O ensino superior está reconfigurado ao contexto da crise do capitalismo. O ensino superior é fundamental para disseminar essa ideologia, através da formação massificada promovida pelo EAD. A educação superior brasileira está promovendo a mercantilização e a expansão do EAD.

O plano estratégico de reforma Estatal do modelo burocrático para o modelo gerencial define a educação e demais áreas sociais como uma atividade não- exclusiva do Estado e indica que a produção dos serviços sociais devem ficar sob responsabilidade das instituições privadas ou públicas não estatais.

De acordo com os dados do Censo da Educação Superior o setor privado tem grande participação na oferta de cursos na modalidade à distância. Portanto, compreende-se o interesse das empresas educacionais concentrar seus cursos na área de humanas, devido ao baixo custo. Dentre os cursos mais oferecidos na modalidade EAD temos: Administração, Pedagogia, Letras, Serviço Social, etc.

Apesar, das críticas alguns especialistas defendem o EAD como solução a inclusão social e a possibilidade da formação superior promover ascensão econômica do trabalhador. Já outros não dão credibilidade aos cursos oferecidos na modalidade EAD. Além disso, a criação de subcategorias de docentes denominados de tutores, orientadores, monitores, etc equipara a educação superior a educação básica, na qual muitos professores não tem formação profissional adequada.

O EAD, através da tecnologia serve ao capitalismo na medida em que torna a educação superior um item mercadológico e desvaloriza a profissão do docente criando subcategorias de docentes denominados de tutores, monitores, auxiliadores, etc que possuem responsabilidades de professores a uma baixa remuneração.

Fonte: dialnet.unirioja.es/servlet/fichero_articulo?codigo=3103901&orden=0

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