Pesquisa feita pelo Grupo Gay da Bahia-GGB, referência na luta contra a homofobia no Brasil desde 1980 mostra que o número de assassinatos de homossexuais cresceu nos últimos anos. Segundo o GGB, de 1980 a 2009 foram documentados 3.196 homicídios, média de 110 por ano. A Bahia lidera o número de casos de agressões que resultaram em mortes de homossexuais no Brasil. Uma pesquisa identificou que, depois da Bahia, os Estados de Alagoas e São Paulo lideram o ranking de agressões a homossexuais. O Brasil é o país com o maior número de crimes contra gays no mundo.
Apesar, de existir a homofobia em outros países, no Brasil a situação é mais grave. Isso acontece, porque a impunidade existe em nosso País em qualquer crime, porém quando alguém mata e/ou agride um gay no Brasil as autoridades fazem pouco caso. Quando unimos impunidade e homofobia num País como o Brasil matar e agredir homossexual vira diversão, pois a sociedade brasileira é homofóbica. Quando alguém mata e/ou agride um homossexual quem se importa? È correto matar ou agredir alguém que optou viver a vida sexual de um jeito diferente? Quando não aceitamos a união de pessoas do mesmo sexo o que temos a ver com a vida do outro? Quem somos nós para impedir que os homossexuais tenham reconhecidos seus direitos amparados na legislação brasileira?
O casamento gay, a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia têm sido debatidos pela sociedade, mas ainda reina o preconceito. A decisão de assumir a homossexualidade é o suficiente para a sociedade brasileira condená-los como anormais, aberração da natureza, pecadores, doentes e demais denominações excludentes da sociedade e religião. A homossexualidade existe desde que o mundo é mundo, porém com as transformações da sociedade alguns foram assumindo o que sempre foram, mas por valores morais não poderiam assumir publicamente sua opção sexual. Empurrar os homossexuais para a clandestinidade e fazer de conta que eles não existem não é uma boa solução. O aspecto cultural da sociedade brasileira é ignorar ou não aceitar que no seio da sua família e/ou amigos existe um gay. Quanto tempo iríamos fingir que isso não existe na sociedade?
No passado várias categorias excluídas pela sociedade passaram por essa luta na busca dos seus direitos. Mulheres, negros, homossexuais, deficientes físicos, judeus, religiosos, nordestinos, etc enfrentam ou enfrentaram práticas preconceituosas e discriminatórias. Com os homossexuais não podia ser diferente, porém a questão envolve, além dos valores sociais a religião. A polêmica do gay casar na igreja ainda é um tema a ser discutido. Muitas lideranças da Igreja Católica e Evangélica não reconhecem a decisão do jurídico. A luta contra o preconceito gay no Brasil deve ser combatida, pois assumir a homossexualidade não dá direito a terceiros matar, excluir e torturar pessoas que escolheram ser gays, lésbicas, travesti, bissexual ou qualquer outra opção sexual.
È muito fácil para os católicos e evangélicos denominarem os gays de aberrações da natureza ou que a Biblia não permite a junção de pessoas do mesmo sexo. O que acham os católicos frequentadores a postura dos padres que cometeram ou cometem a pedofilia? O que acham os evangélicos frequentadores verem a igreja praticar a usura abertamente e seus líderes e seguidores evangélicos se envolvendo em política? Está na Biblia que a pedofilia cometida pelos padres católicos é permitido por Deus? Está na Biblia que a usura e política devem ser praticados pelos líderes evangélicos? A Igreja Católica e a Igreja Evangélica historicamente não tem moral para impor preceitos a sociedade, pois na Terra todos somos pecadores. O que muitos padres católicos pedófilos fizeram ou fazem é a mesma ''aberração da natureza'' dos homossexuais, pois a essência da situação é a mesma mudaram-se apenas os personagens. Já os evangélicos parecem que não procuram pelo poder de Deus, mas pelo poder político, pois eles perceberam que na Terra o poder político move montanhas de dinheiro, pessoas, revistas, Cds, torres de rádio e TV.
A pesquisa feita pelo IBOPE em julho de 2011 revela que 55% dos brasileiros são contrários à decisão do STF - Superior Tribunal Federal em autorizar a união estável para casais do mesmo sexo e 45% são favoráveis. Lentamente o jurídico vem reconhecendo os direitos dos homossexuais tais como: herança por morte do parceiro, acesso a plano de saúde, pensão, adoção de filhos, etc. A decisão jurídica em conceder esses benefícios aos homossexuais nada tem a ver com religião. O mesmo direito que um pedófilo, traficante, político corrupto, marginal, etc tem a esses benefícios os gays devem ter também, porque eles são cidadãos como qualquer um de nós. A sociedade não tem o direito em negar esses benefícios aos gays e muito menos condená-los a morte, tortura, exclusão ou maus-tratos. Cada um tem o direito a sua liberdade de expressão, opção sexual e/ou opinião, mas o fato de não gostar de gay não é justificativa para agredi-los, matá-los ou negar-lhes direitos.
Se Igreja fosse salvação e solução dos problemas não teríamos tanta violência e perda de valores na sociedade. Deus não tem nada a ver com nossos problemas, escolhas, violência, sexualidade, drogas, economia, política, ganho ou perda de dinheiro, etc todas as nossas infelicidades, felicidades, alegrias, amarguras e tantos outros sentimentos e transformações na sociedade é por nossa culpa. A consciência divina está em cada um e as igrejas não são pontes que nos levarão direto ao paraíso. Se a igreja prega o amor, a paz, o respeito, a tolerância, a solidariedade, a gratidão e todos os demais sentimentos nobres que fazem parte de qualquer religião, pois o objetivo dela é levar o homem a Deus, sendo assim, que tipo de Deus é esse que não aceita o amor entre dois homens ou mulheres? Amor é Amor, não é? Cada religião tem seus rituais e crenças, mas o caminho é um só, Deus. Além disso, várias religiões tem suas versões a respeito da origem da humanidade. Temos a Torá, Alcorão, Bíblia, dentre outras. Qual desses livros sagrados representa a maneira que Deus espera de convivermos na Terra? Do mesmo jeito que cada um escolhe sua religião as pessoas também fazem escolhas sexuais. Qual religião é a mais correta? Qual a melhor opção sexual? A religião mais correta é aquela onde a maioria frequenta? Ser hetero me faz mais normal do que um homo?
A conversão da união estável homoafetiva em casamento civil representa uma vitória para os homossexuais. Se isso não é promover diversidade sexual....porrãnnnnnnnnn o que quer dizer promover diversidade sexual no Brasil!!!
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