quinta-feira, 8 de setembro de 2011

3D - Demitido, Desempregado e Desestruturado- Vida de desempregado



O impacto da falta de trabalho nos leva a refletir a respeito da imagem empregador x empregado podendo proporcionar ao trabalhador a ‘’ilusão’’ da terceira dimensão: o desemprego. Quem está atualmente desempregado percebe que o desemprego provoca na vida das pessoas perda da identidade social, baixa auto-estima e desestruturação na vida familiar e psicológica. A falta de ocupação profissional tira o eixo da vida das pessoas. Se com o trabalho a pessoa já vivia problemas pessoais, a ausência de atividade torna os problemas pessoais mais agravantes. Isso geralmente acontece, devido à falta de ocupação profissional ser trocada por problemas pessoais. Cada pessoa lida de forma diferente com a situação do desemprego. Fatores como idade, qualificação profissional, formação, sexo e atuação no mercado podem influenciar na reação das pessoas.

O brasileiro só se considera desempregado quando acaba o seguro-desemprego. A transição de demitido para desempregado é angustiante, após o fim do seguro-desemprego. É nesse momento que ele passa a viver como desempregado. Sem dinheiro e ocupação o desespero bate a sua porta. Apesar, de não existir uma pesquisa sobre o impacto psicológico do desemprego na vida do brasileiro. Podemos observar que o desemprego desestrutura a vida do ser humano. Algumas pessoas perdem o eixo da vida tornam-se alcoólatras, depressivas, agressivas, perdem a auto-estima, etc. O desemprego funciona como efeito dominó e atinge a família.

Às vezes o desempregado não passou pela experiência da demissão. Aqueles que tentam o primeiro emprego estão também desempregados. Porém, a percepção da realidade é diferente para quem tenta entrar no mercado de trabalho pela primeira vez daquele que quer reingressar ao mercado de trabalho. O homem sem ocupação tem tempo de sobra para pensar. Entrar em desespero não vai ajudá-lo. Diante dessa situação é melhor refletir na profissão, mercado, comportamento, atitudes, controlar despesas, etc. Cada pessoa tem um padrão de vida antes do desemprego e não existe receita de bolo para sair da "ilusão" do desemprego.

A vida de um desempregado resume-se a procurar um anúncio de emprego e às vezes ao chegar lá descobre que a vaga já foi ocupada. Em outros casos o anúncio de emprego trata de colocações que não oferecem salário, mas sim uma comissão sobre a venda de bugigangas inúteis que ninguém compraria, exceto por piedade. Vivenciar o desemprego, a crise econômica, o fim do emprego e demais incertezas do mercado econômico é uma experiência coletiva, pois muitos estão na mesma situação. Porém, alguns reagem de forma diferente; uns enxergam oportunidades outros enxergam infortúnios. No livro "O Fim dos Empregos", Jeremy Rifkin relaciona uma série de empregos e funções que foram ou estão sendo paulatinamente substituídos pela automação. O autor defende que nem todos estarão desempregados, pois conhecimento, informação e criatividade serão necessárias para criação, desenvolvimento e manutenção de novas tecnologias. A indústria da automação criará novos postos de trabalho. As vagas nos níveis mais baixos de produção irão desaparecer.

Sem dúvida a tecnologia afeta a forma de executar as atividades substituindo o homem por máquinas, visando aumentar a produtividade e reduzir os custos. Apesar, de algumas tecnologias necessitarem da presença humana para operará-las, esse número não será suficiente para gerar mais emprego. O capital humano e o mercado emergente serão a saída de emergência para absorver as ‘’vítimas’’ do desemprego causado por novas tecnologias. Numa economia cada vez mais global e automatizada, faz-se necessário que cada país reveja o conceito de trabalho e emprego. È preciso buscar soluções viáveis para lidar com postos de trabalho cada vez menos necessário ou desnecessário.

A única coisa certa é a incerteza. Com a rapidez das mudanças não saberemos se teremos emprego amanhã. Precisamos nos preparar para viver fora do "sistema" empregado x empregador, pois para alguns desemprego é o momento é de reinventar-se, criar, externar um potencial adormecido que nem sabíamos que tínhamos. Depressão econômica, desemprego e demissões podem estabelecer um novo ponto de partida, criando novas oportunidades. As adversidades econômicas sempre existiram e continuarão a existir.A verdadeira fonte de oportunidade habita dentro da mente de cada um e precisa ser descoberta. Sonho, força de vontade, senso de oportunidade, paciência, persistência, e espírito empreendedor é o que separa a pobreza da riqueza ou o sucesso do fracasso.

Por mais invenções tecnológicas que o homem tenha criado, ainda não foi criado o chip da criatividade. As ‘’vítimas’’ do desemprego causado por novas tecnologias precisam retirar os óculos especiais e enxergar melhor o que se passa a sua volta. Portanto, a oportunidade poderá vir disfarçada no 3D-demissão, desemprego e desestruturação. Porém, nem todos encontrarão a porta da saída.

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