quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vira-lata de chuteiras

 O futebol nasceu na Inglaterra, mas foi no Brasil que esse esporte ganhou força expressiva e simbólica na construção da identidade cultural brasileira. Nosso estilo de jogar e celebrar os grandes campeonatos futebolísticos são reconhecidos mundialmente como traços de nossa brasilidade. No Brasil, coincidentemente ou não a cada 04 anos Copa e eleição presidenciável andam juntas. O motivo dessa ''mera coincidência'' é entreter durante um mês o brasileiro. Todos os meios de comunicação só falam de uma tema: COPA DO MUNDO. Inflação, economia, política, violência, etc todos os problemas foram parar debaixo da grama do campo de futebol. Esse momento de pausa na mídia deixa em evidência que tudo acaba em samba e futebol. Prolongar esse clima de êxtase, entorpecimento e esquecimento dos problemas até as eleições é a melhor estratégia do jogo político.

Sem dúvida, o Brasil será a Copa das Copas. Uma das mais atrasada, mal-administrada e superfaturada de todas. A organização do evento no Brasil, deixou um rastro de inúmeros aspectos negativos ao País tais como: obras inacabadas e superfaturadas, sendo a maioria delas alvo de denúncias de corrupção e uma total falta de planejamento e prioridades do governo brasileiro.

Sediar grandes eventos em qualquer país exige uma complexa infraestrutura para garantir segurança, qualidade e mobilidade a um grande número de pessoas. O Brasil, jamais poderia ter cogitado a ideia em sediar esse ou qualquer tipo de evento de grande porte. Nunca saberemos se a decisão foi algo imposta ou ao acaso(sorteio). A pergunta é por que aceitamos as exigências do padrão FIFA? Manifestar contra resolveria o problema? Apesar de quase 1,6 milhão de assinaturas pedindo o impeachment de Renan Calheiros da presidência do Senado e as inúmeras manifestações do povo nas ruas e on-line ele foi eleito presidente do Senado em meio a uma série de denúncias pelos crimes de peculato e falsidade ideológica. È a mídia quem define e controla o impeachment e demais cursos da história do Brasil. O povo e/ou opinião pública é apenas coadjuvante dos rumos da política.

O prelúdio do fracasso da Copa anunciado há poucos dias pelo ex-jogador Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo que se diz ''envergonhado'' com os atrasos das obras é uma evidência dos fatos. O comentário do ex-jogador não é motivo de vergonha para o governo brasileiro. Segundo, o governo, nós brasileiros não temos que nos sentir inferiorizado diante do resto do mundo. Por que? Apesar de termos corrupção, economia pífia, violência, exploração sexual infantil, trânsito caótico, saúde e educação precários, obras inacabadas e superfaturadas não temos que nos envergonhar, pois tais problemas existem em qualquer país inclusive nos desenvolvidos. Olhemos para o lado positivo. "Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada,Salve! Salve!

Se o brasileiro tem por natureza o complexo de vira-lata. Imagina qual o complexo dos cubanos, venezuelanos, chilenos, argentinos, haitianos, africanos, dentre outros países emergentes. Alguém já viu alguma embarcação de imigrantes ou refugiados dos G8 em busca do ''paraíso'' abaixo da linha do Equador? Sem dúvida, essa sensação de fracasso, derrota e desânimo do brasileiro não é somente por causa da copa e nem pelos R$ 0,20. È pela falta de opção em quem votar, pela falta de credibilidade na justiça e política do país. Estamos vivendo no bosque sem cachorro. Governado como um cão sem dono que após Copa ficará com a cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança. 

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