Todos os canais de TV são concessões dependentes do governo. È impossível não imaginar que nenhuma emissora de TV também não tenha sucumbido a nenhum esquema de corrupção. As empresas de comunicações prestam serviço ao Estado, obtém empréstimos em bancos públicos, praticam lobby junto ao Congresso Nacional, praticam lobby políticos e exercem forte influência sobre a opinião pública. A mão que escreve (apedreja) denúncias sobre esquemas de corrupção no alto escalão do poder público é a mesma que afaga (apaga) trechos altamente comprometedores da participação da empresa de comunicação em esquemas ilícitos.
Os meios de comunicação julgam ter encontrado a fórmula para auxiliar o combate a corrupção. Ètica + corrupção = denúncia. Bem, se não auxilia ao menos ajuda a dar mais audiência e provocar burburinho no Congresso Nacional. È no mínimo antiético forçar ou maquiar uma reportagem que enfatize ‘’denunciando a corrupção’’. O objetivo de reportagem desse cunho é gerar indignação e revolta no povo brasileiro. Qual o sentido de divulgar intenções de corrupção não cometidas? Provavelmente gerar mais audiência.
As ‘’denúncias de corrupção’’ promovida pelos meios de comunicação representam um quebra-quebra de telhados de vidro. Nós, como telespectadores assistimos acusadores se transformando em acusados e vice-versa. A imprensa se auto-intitula ‘’jornalismo verdade’’, mas no fundo ninguém sabe quem está com a verdade, pois as empresas de comunicação servem a dois deuses o Estado e o povo. Promover estado de indignação na população não fomenta em nada a honestidade e a decência das instituições públicas.
Estamos cercados de denúncias, escutas telefônicas, vídeos, acusações, etc todo esse acúmulo de informação promovido pelo ‘’jornalismo verdade’’ só serve para soterrar a verdade. É evidente, o domínio total dos meios de comunicação, especialmente a TV sobre a formação da consciência do povo brasileiro, capaz de eleger presidentes e determinar o curso de nossa história. As empresas de comunicações acusam que o Estado age como limitador da liberdade de expressão. Já o Estado alega que os meios de comunicação fazem acusações levianas manipulando a opinião pública a seu bel-prazer. Nessa enorme teia de acusados e acusadores existe uma elaborada trama teatral, na qual ninguém quer ser desmascarado pela verdade. Empresas que dependem direta ou indiretamente do Estado estão presas ao ''sistema''. Aceitando ou não a imprensa está presa a esse modelo e também faz parte dele.
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